Foto: Vânia Santana

Estado rebate soluções da distribuidora, que foi eleita a pior do País pela quinta vez consecutiva, e apresenta alternativas para a Aneel

Pelo quinto ano consecutivo, a Enel Distribuição Goiás, antiga Celg D, foi considerada a pior distribuidora do País em ranking da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A 30ª posição foi consequência do desempenho de 2018, ano em que a duração das interrupções de energia atingiu média de 26,61 horas. Após a divulgação de mais esse resultado negativo, o governo estadual apresentou ontem para a Aneel um plano emergencial alternativo com objetivo de acelerar as melhorias tanto da qualidade como da disponibilidade de energia no Estado.

Como localmente as conversas não teriam avançado com representantes da multinacional italiana, o secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação de Goiás, Adriano da Rocha Lima, entregou um trabalho técnico para que a própria agência possa confrontar com o que foi apresentado pela Enel em fevereiro como plano emergencial. Segundo ele, uma equipe técnica fez análises em subestações de todo o Estado e o resultado demonstrou que há pouco de emergencial nas ações apresentadas pela distribuidora.

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Nesse “confronto de planos”, como descreve, o secretário explica que foi constatado que haveria dois tipos de investimentos necessários. O corretivo, em que a ação custaria menos, seria mais rápida e de alcance limitado. E o estrutural, que ampliaria capacidade no longo prazo. O problema, conforme pontua Adriano, é que a Enel quando adquiriu a Celg D fez compromissos para 2022 e o que chamou de plano emergencial foi apenas a antecipação de alguns desses investimentos até 2020.

“Grande parte dos problemas só seria resolvido no final de 2020 e não dá para suportar até lá. Vamos ter um aumento de demanda, porque o Estado cresce economicamente.” O secretário pontua que houve apresentação para a Enel de plano para ações corretivas em prazo de quatro a seis meses com potencial de aliviar os problemas do Estado de 70% a 80%. “Não eliminaria a necessidade dos investimentos estruturais, mas seria uma sobrevida para a rede até que os estruturais ficassem prontos em 2020.” Mas a empresa teria demonstrado que não estaria disposta a desembolsar mais para fazer esses pontos adicionados pelo governo. “Nosso argumento é que não podemos esperar e não seria desperdício, traz mais qualidade para o sistema.”

Depois da entrega para análise da Aneel do plano alternativo, a agência teria se comprometido a discutir os novos pontos com a Enel na próxima semana.

Em resposta, a empresa informou que as ações definidas no plano de melhorias com a Aneel estão em andamento. “O plano prevê a aceleração das iniciativas com foco na qualidade do fornecimento.” A distribuidora também defendeu que “tem alcançado melhorias em seus indicadores de qualidade, medidos pela Aneel, desde que o Grupo Enel assumiu o controle da distribuidora”.

Porém, a última colocação no ranking da Aneel faz com que este ano ela fique proibida de distribuir proventos em valor superior ao mínimo legal definido pela Lei nº 6.404, de 1976.

Katherine Alexandria – Do O Popular

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