O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, na última terça-feira (19), 14 pessoas envolvidas no tráfico internacional de cocaína em Goiás. (Foto: Reprodução)

Todos eles, conforme a denúncia, vão responder por associação para o tráfico internacional, organização criminosa e tráfico internacional de entorpecente...

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, na última terça-feira (19), 14 pessoas envolvidas no tráfico internacional de cocaína em Goiás. A denúncia do órgão foi oferecida com base no inquérito da “Operação Ozark-Narco”, deflagrada em setembro deste ano, e também em provas emprestadas do inquérito da “Operação Ícarus”.

Foram denunciados Leonardo Dias de Mendonça, mais conhecido como Barão do Tráfico; Alencar Dias; Cristiano Eduardo Lopes; ex-prefeito de São Miguel do Araguaia, Nélio Pontes da Cunha; José Ramos de Oliveira; Renan dos Santos Barbosa; Gilberto Alves da Rocha Júnior; Dennis Petronella Marcel Gerardus Vanweersch; Orlando Rayner Araújo; Rulyo Feitosa dos Santos; Hyago Nascimento Mendonça; Ulisses Cerqueira Miranda; Leandro Tavares Marinho e Valmir Souza Maranhão Silva.

Todos eles, conforme a denúncia, vão responder por associação para o tráfico internacional, organização criminosa e tráfico internacional de entorpecente.

Esquema

Segundo as investigações, a organização criminosa atuava em quatro etapas. Na primeira, o grupo importava grande quantidade de cocaína proveniente de países que fazem fronteira com o Brasil, em especial a Bolívia. A droga era embarcada em aeronaves privadas em solo boliviano e transportada por via aérea ao Brasil, mediante a realização de voos clandestinos.

Em uma segunda etapa, a cocaína era desembarcada em pequenos aeroportos de municípios do interior do estado de Goiás, ou, ainda, em pistas de pouso clandestinas construídas em fazendas. Após, numa terceira etapa, a droga era transferida em automóveis (carros e/ou caminhões) para o Espírito Santo ou permanecia armazenada em imóveis residenciais alugados em Goiás, até que surgisse melhor momento para transportá-la para o Espírito Santo.

Na quarta fase da operação de tráfico internacional, já no estado do Espírito Santo, a organização armazenava e ocultava a cocaína em mercadorias lícitas destinadas à exportação, tais como pedras de granito e mármore, bem como gêneros alimentícios.

Em seguida, exportava a droga em contêineres de navios com destino a países da Europa, principalmente para a Bélgica. Neste contexto, os contêineres com a droga ocultada em mercadorias lícitas seguia do Porto de Vitória (ES) para o Terminal Portuário de Santos (SP), por meio de navegação de cabotagem. Após o desembaraço aduaneiro pela Receita Federal, eram embarcados em navios cargueiros e seguiam para a Bélgica. Por fim, a droga era recebida na Bélgica por integrantes da organização criminosa, onde era revendida para outros traficantes.

Estrutura

De acordo com as investigações, a divisão de tarefas entre os integrantes da organização criminosa era estruturada em três núcleos. O primeiro era composto pelos chefes da organização: Leonardo Dias de Mendonça, o irmão dele, Alencar Dias; Paizão (pessoa ainda não identificada) e Dennis Petronella Marcel Gerardus Vanweersch. Leonardo Dias já teve várias prisões decretadas e condenações desde o ano 2000, tendo sido condenado nos casos da “Operação Diamante”, em 2002, e “Operação Pérola”, em 2009, pela prática de tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico e outros crimes.

O segundo núcleo, composto pelos coordenadores do tráfico, atuava gerenciando as remessas internacionais, supervisionando a parte operacional e viabilizando a ocultação da droga. Faziam parte desse núcleo José Ramos de Oliveira e Gilberto Alves da Rocha Júnior.

O terceiro e mais numeroso núcleo da organização, por sua vez, era composto pelos intermediários, que tinham a função de auxiliar no transporte, na segurança, e na escolta da droga, além de outras tarefas. Compunham esse núcleo Cristiano Eduardo Lopes, Nélio Pontes da Cunha, Renan dos Santos Barbosa, Orlando Rayner Araújo, Rulyo Feitosa dos Santos, Ulisses Cerqueira Miranda, Leandro Tavares Marinho e Valmir Souza Maranhão Silva, além de outros.

Operações

Durante as investigações realizadas pela Polícia Federal (PF), foram identificadas três grandes operações de tráfico internacional de drogas realizadas pela organização criminosa. Em duas delas a droga foi efetivamente apreendida, quais sejam: a apreensão de 464 kg de cocaína em pista rural nas imediações de Gouvelândia (GO), em maio de 2019 e de 506 kg de cocaína no porto de Santos (SP), em Junho deste ano.

Além disso, a corporação também atuou em operação de descarregamento da droga no aeroporto de Mundo Novo (GO) e transporte para o Espírito Santo, de 27 a 29 de maio de 2019, na qual a droga não foi apreendida.

Fonte: Mais Goiás
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