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O Dr. Hélio Ranes Filho, infectologista, em live com o Portal Panorama, explicou de modo geral e local sobre o novo coronavírus e tirou dúvidas...

Doutor em Doenças Infecciosas e Parasitárias pela FMUSP, mestre em Ciências Aplicadas à Saúde pela UFG e graduando pela UFAC, o Dr. Hélio Ranes de Menezes Filho atua como Infectologista na cidade de Jataí e conversou por meio de live no Instagram na última quinta-feira (26) às 18 hs com o Portal Panorama explicando sobre o cenário geral e local da pandemia por coronavírus e tirou dúvidas.

Inicialmente, o médico explicou que o nome dado para o novo coronavírus oficialmente é Sars-CoV-2, a doença é chamada Covid-19, esse vírus é o 7º da família já descoberto e acredita-se que ele foi contraído por um homem depois de sofrer mutação genética a partir de carne de animal silvestre chamado Pangolim.

Na tarde da última quinta-feira (26), confirmou-se o terceiro caso da doença na cidade. Todas são pessoas que vieram do exterior, e estão cumprindo isolamento em residência, nenhum paciente precisou ser hospitalizado até o momento.

O doutor afirmou que a principal forma de transmissão se dá por via respiratória, ao tossir e espirar, elimina gotículas contaminadas no ambiente, e outras pessoas contraem, além do contato indireto que se da após essa pessoa expelir o vírus e contaminar sua mão, deixando-o numa maçaneta, no telefone ou outra superfície.

Os casos ditos importados se dão por pessoas que contraíram o vírus fora do país, a transmissão local se dá quando se tem transmissões dentro da cidade/região mas ainda consegue-se identificar o primeiro paciente. Já a transmissão comunitária se dá pela local mas não consegue-se identificar quem foi o transmissor ou onde a pessoa contraiu.

Não ha comprovação científica de transmissão do Sars-CoV-2 de animais para humanos. Ha 7 tipos de coronavírus e alguns infectam animais domésticos, mas esses não são transmitidos ao homem.

Dr. Hélio afirmou que não existe medicamento ainda para a Covid-19. A Hidroxicloroquina associada da Azitromicina demonstraram benefícios na diminuição dos vírus em duas pesquisas, mas os estudos foram poucos, e não ha comprovação científica. Ainda lembrou que eles possuem efeitos colaterais e não devem ser utilizados como prevenção.

Por ser nova, ainda não ha nada relatado de sequelas para a doença a longo prazo.

A vacina de Influenza não protege contra o coronavírus, mas restringe o diagnóstico do mesmo.

O médico pediu para não usar EPIs (máscaras por exemplo) indiscriminadamente, apenas por pacientes suspeitos e profissionais da saúde.

Os casos suspeitos contam com: febre, gripe, resfriados, problemas respiratórios e vínculo epidemiológico.

Grupo de risco: idosos mais de 60 anos, pessoas com doenças crônicas, imunossuprimidos como HIV, em tratamento de câncer, doença autoimune, doença intestinal.

Prevenção: higienização das mãos com água e sabão, álcool em gel 70%, cobrir ao tossir e espirrar, em caso de suspeita leve, ficar em casa em isolamento por em média 14 dias.

Os exames confirmatórios são feitos pelo swab de nasofaringe e orofaringe (primeiros dias de sintomas ou depois de algum tempo) e os testes rápidos são por punção digital (depois de alguns dias de sintomas).

Dependendo dos sintomas que o paciente possui, deve ser encaminhado para isolamento em casa, caso seja leve, e ficar hospitalizado quando apresentar quadro de dificuldade respiratória (quando ha acometimento dos pulmões).

O médico também pediu para procurar serviços de saúde apenas em casos mais graves: febre persistente e falta de ar. Fora isso, isolamento residencial.

Os exames estão sendo feitos apenas por casos suspeitos e que estejam internados, isso pela falta de testes suficientes. Estão demorando de 5 a 7 dias para sair o resultado. Sem identificar a data exata, o médico disse que os testes rápidos logo devem chegar aos municípios e facilitar as identificações, porém, estes testes possuem janela imunológica, ou seja, para ser usado, o paciente precisa ter produzido anticorpos suficientes para ser detectado pelo aparelho.

Jataí possui cerca de 16 leitos de UTIs mas ainda não certificados para receber pacientes com Covid-19. Rio Verde e Santa Helena possuem, então num primeiro momento, os casos que precisarem, devem ser encaminhados para essas cidades vizinhas. Num pensamento otimista, os médicos querem poucos números de casos, mas já estando preparados, se houver aumento substancialmente, ele acredita que a UPA deverá sim ser uma opção como porta de entrada ou como primeiro atendimento.

Para finalizar, o médico afirmou que curso de biomedicina da UFJ se organiza para que num futuro próximo consiga realizar a leitura dos exames.

Maria Alice
Foto capa: Reprodução
Jornalismo Portal Panorama
panorama.not.br

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