587 mil carros em Goiás possuem 30 anos ou mais

Veículos com mais de 30 anos em Goiás devem ser o alvo de um projeto do governo federal de renovação de frota de forma voluntária e com incentivos (Wildes Barbosa)

Quantidade de veículos com fabricação até 1993 representam 12,89% da frota e entram na faixa para ser parte de possível programa do governo federal para renovação.

Goiás possui atualmente cerca de 4,5 milhões de veículos automotores registrados no estado e 587.249 deles foram fabricados até 1993, ou seja, completam neste ano 30 anos de existência. Os dados são do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Isso representa 12,89% da frota goiana, uma média abaixo da brasileira, em que 13,55% dos veículos estão com essa idade. A principal preocupação com a existência desses carros é ambiental, visto que veículos mais antigos possuem maior potencial de emissão de gases poluentes, seja pela falta de tecnologia para reduzir a poluição ou mesmo pela dificuldade na manutenção das peças.

Com isso, os 587.249 veículos com mais de 30 anos em Goiás devem ser o alvo de um projeto do governo federal de renovação de frota de forma voluntária e com incentivos, o que deverá atingir os proprietários que utilizam os carros (para os colecionadores não seria interessante). Na última semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após encontro com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, anunciou a intenção de analisar um programa para incentivar a renovação da frota de veículos do País.

Haddad afirmou que o encontro discutiu a “possibilidade de estabelecer um programa que usa os fundos das petroleiras e dedicar esse fundo à transição ecológica por meio da renovação de frota, de carros muitos velhos que precisam ser retirados de circulação mediante indenização para que a frota seja renovada em proveito do meio ambiente”. O ministro da Fazenda se refere a um programa para a troca de veículos leves, a maior parte da frota do País.

Desde 1986, o governo federal mantém o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), vinculado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com a intenção de estabelecer as diretrizes e permissões sobre as emissões de gases por veículos. No entanto, a atuação tem sido mais efetiva junto a fabricantes e importadoras, com relação aos carros novos, mesmo que a renovação da frota existente esteja já em seu escopo inicial. Para se ter uma ideia, desde janeiro deste ano, os veículos novos só poderão emitir 0,4 gramas de óxidos de nitrogênio por kWh.

No ano passado, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) publicou levantamento cuja conclusão era de que um carro fabricado em 1992 produzia gases poluentes na proporção de 23 veículos novos. O estudo foi feito justamente com base na evolução das normas fixadas pelo Proconve, que foram ficando mais restritivas ao longo do tempo. Por exemplo, na fase anterior do programa federal, eram liberados os veículos que emitissem até 2 gramas de óxidos de nitrogênio por kWh.

O Ministério da Fazenda informou ao POPULAR que a iniciativa ainda está em fase inicial de estudos e ainda não há informações complementares. Já o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) garantiu que será criado um grupo de trabalho entre os dois ministérios para estudar um programa de renovação da frota. Esse projeto não terá relação com o Programa Renovar, que foi regulamentado no final do ano passado, ainda na gestão de Jair Bolsonaro, e prevê iniciativas para a retirada de circulação de veículos antigos, com mais de 30 anos, mas com referência a caminhões, ônibus e outros pesados.

Emissões

De acordo com o relatório deste ano do Sistema de Estimativa de Emissões de Gases (SEEG), com dados relativos a 2021, em Goiás foram emitidos 600.808.135 toneladas de gases poluentes, sendo que o setor de transportes rodoviários (que inclui veículos leves e pesados) foi responsável por 75.999.412 toneladas, ou seja, 12,65%.

No entanto, na série histórica, enquanto que a emissão total passa por uma diminuição, visto que em 1990 foram 709.177.541 toneladas de gases, a poluição do transporte cresce, pois na mesma época foram emitidas 22.929.700 toneladas, 3,23%.

Dentre a poluição produzida pelo transporte rodoviário, a maior culpa recai sobre os veículos a diesel, que são os pesados e as caminhonetes, que produziram 55.904.877 toneladas de gases poluentes em 2021, o que representa 73,56% do total. Em seguida, está a poluição dos veículos a gasolina, com um total de 19.278.708 toneladas.

Fonte: O Popular
Foto: Wildes Barbosa
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