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Efeito contrário: algumas práticas consideradas aliadas para reduzir o gasto com abastecimento, na verdade, elevam o consumo...

O preço dos combustíveis está nas alturas e qualquer iniciativa para amenizar os gastos com abastecimento é bem-vinda.

Já explicamos que a maneira como você dirige tem influência direta no consumo do veículo. Contudo, algumas práticas consideradas aliadas para reduzir o gasto com abastecimento, na verdade, têm efeito contrário – e podem reduzir a vida útil de componentes do carro, causando ainda mais prejuízo.

Calibrar os pneus, por exemplo, é um hábito essencial para deixar o veículo mais eficiente – desde que o ajuste seja feito da maneira certa.

Outras estratégias, como andar na “banguela”, não ajudam em nada a poupar e colocam em risco o motorista e os ocupantes do carro.

Veja cinco erros comuns cometidos por motoristas em busca de economia.

1 – Calibrar pneus quentes

Calibrar os pneus semanalmente é uma iniciativa importante para economizar combustível.

De acordo com estudo realizado pela Continental em cem postos de abastecimento das cidades de São Paulo e Jundiaí, 34% dos motoristas consultados estavam rodando com pneus descalibrados, de um total de 3,5 mil veículos vistoriados. Segundo a empresa, a cada 3 psi abaixo da especificação indicada, o consumo aumenta em 2%.

Segundo a fabricante de pneus, ao rodar 30 mil km em um ano com a pressão abaixo da recomendada, perde-se cerca de 55 litros de combustível.

A calibragem, no entanto, deve ser feita do jeito certo. Se você está habituado a fazê-la com os pneus já quentes, isso na verdade só aumenta o consumo.

Isso acontece por uma razão: como o ar aquecido se expande, a pressão aplicada fica abaixo daquela indicada no manual do proprietário. Isso eleva a área de contato do pneu com o piso, demandando mais energia para percorrer determinada distância.

Sem contar que pneu com pressão baixa sofre desgaste prematuro e pode até ser danificado.

A recomendação das montadoras é fazer o ajuste com o veículo parado há pelo menos uma hora ou que tenha rodado não mais do que 3 km em velocidade reduzida.

2 – Dirigir na ‘banguela’

Um hábito que muitos acreditam ser benéfico para reduzir o consumo é andar na “banguela”. A prática, na verdade, não faz o carro beber menos e ainda compromete a segurança, bem como é capaz de causar danos ao conjunto da transmissão.

“Colocar o câmbio em neutro, na verdade, faz o carro gastar mais combustível do que se estivesse engrenado. O sistema de injeção é calibrado na fábrica para entrar em modo de baixo consumo assim que você tira o pé do acelerador, com o veículo engrenado. Isso faz com que o motor receba apenas a quantidade necessária de combustível para mantê-lo girando”, explica Edson Orikassa, diretor da AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva).

Especialmente em uma descida de serra, colocar o câmbio em neutro ou ponto-morto traz risco de acidentes. “Com as rodas de tração livres, você acaba sobrecarregando os freios, que podem superaquecer, perdendo a eficiência”, esclarece o especialista.

Camilo Adas, presidente do conselho executivo da SAE Brasil, complementa: “Deixar o carro rodar em neutro e engrená-lo com o veículo ainda em movimento pode até danificar uma ou mais engrenagens do câmbio”, alerta o engenheiro.

3 – Abastecer com combustível mais barato sem critério

Com o objetivo de poupar dinheiro, é comum abastecer sempre em postos que oferecem os melhores preços.

Preço baixo não é sinônimo de adulteração, mas vale a pena desconfiar quando os valores praticados estão muito abaixo da média do mercado.

Erwin Franieck, mentor em engenharia avançada da SAE Brasil, orienta a dar preferência a postos conhecidos e sempre pedir a nota fiscal para comprovar a compra.

Afinal de contas, gasolina “batizada” com solvente e etanol adulterado com adição de água são capazes de afetar seriamente a saúde do motor e dos seus agregados.

“O solvente danifica componentes como dutos, vedações e peças emborrachadas, além causar a formação de depósitos no interior do propulsor. Etanol com mais água do que determina a especificação acelera a corrosão de itens e traz funcionamento irregular”.

As consequências imediatas do abastecimento com combustível adulterado são perda de performance e alta no consumo.

4 – Rodar sempre com o motor frio

Rodar pouco a cada dia não garante gastar menos combustível – pelo contrário, ainda faz o carro “beber” mais.

O motor precisa atingir determinada temperatura para o calor expandir os componentes internos e, assim, proporcionar condições ideais de funcionamento e lubrificação.

Usar o carro continuamente em deslocamentos muito curtos, insuficientes para se atingir a temperatura correta, acelera o desgaste e eleva o consumo de combustível.

“Dirigir durante menos de 15 minutos nem esquenta o óleo do motor, impossibilitando a lubrificação adequada. Tem carro com baixa quilometragem que apresenta mais desgaste na comparação com um exemplar mais rodado, que no entanto funciona a maior parte do tempo na temperatura ideal”.

Franieck informa que veículos abastecidos com etanol tendem a apresentar mais problemas na “fase fria”, especialmente em localidades com temperaturas mais baixas.

“Em dias frios, a partida de motor abastecido com etanol tende a ser mais difícil em carros antigos, sem sistema de pré-aquecimento. Injeta-se mais combustível no arranque e a parte não queimada do etanol gera água como resíduo. Se o motor não esquentar adequadamente, a água não evapora e acaba contaminando o óleo, comprometendo sua performance”.

5 – Deixar de usar o ar-condicionado na estrada

Segundo o Cesvi Brasil, o ar-condicionado pode aumentar em 20% ou até mais o consumo, pois o compressor do equipamento é acionado por correia ligada ao motor.

A orientação é nunca dirigir com o ar ligado e os vidros abertos. Além disso, se não estiver muito quente, não coloque o resfriamento no máximo.

Porém, desligar o ar em rodovias e abrir os vidros em dias quentes não é uma boa ideia se você quiser poupar combustível.

A turbulência de ar que entra na cabine acaba exigindo mais esforço do motor para manter o veículo em movimento, elevando o consumo até mais do que se você mantivesse a climatização ligada com os vidros fechados.

Por Alessandro Reis
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Jornalismo Portal Panorama
panorama.not.br

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