
Por Nalanda Gabrielle, do Portal Pn7
Foto: Vânia Santana – CMJ
Jataí pode dar um importante passo na construção de uma cidade mais inclusiva e acolhedora. Está em tramitação na Câmara Municipal o projeto de lei que institui a Política Municipal de Apoio às Mães Atípicas, voltada a mulheres que assumem diretamente o cuidado de filhos com condições como o transtorno do espectro autista (TEA) e outras que demandam acompanhamento constante.
A proposta, de autoria dos vereadores Guilherme Alves (MDB) e Carlone Assis (União Brasil), foi aprovada em primeira votação e retorna ao plenário nesta quarta-feira (7) para análise final. Se novamente aprovada, seguirá para sanção do Executivo.
O projeto prevê a criação de uma rede de apoio intersetorial, formada pelas áreas da saúde, educação, assistência social e transporte, com ações práticas voltadas ao acolhimento psicológico, acesso à informação, empoderamento e valorização do papel dessas mães no contexto social.
Durante a apresentação da matéria, o vereador Carlone Assis destacou que o cuidado com pessoas atípicas envolve, também, atenção ao impacto emocional enfrentado pelas mães. “Quem visita uma casa onde há uma criança atípica vê de perto o quanto isso afeta emocionalmente toda a família, especialmente a mãe. Precisamos de uma política pública que traga conhecimento, rede de apoio e acolhimento para essas mulheres.”
Guilherme Alves também ressaltou o desafio diário enfrentado por essas mães e a importância do reconhecimento público. “São mulheres que abrem mão de suas carreiras e da própria saúde mental para se dedicar aos filhos. Elas merecem mais do que respeito: precisam de políticas públicas que escutem, orientem e deem condições reais para que sigam firmes nessa missão de cuidado.”
O que prevê a proposta
A Política Municipal de Apoio às Mães Atípicas será estruturada com base em cinco eixos principais:
Acolhimento psicológico e emocional: por meio de rodas de escuta, grupos terapêuticos e acompanhamento profissional;
Acesso à informação: com orientações sobre direitos e políticas públicas já existentes;
Apoio prático: articulação entre secretarias e serviços para garantir transporte, inclusão educacional e atendimentos básicos;
Empoderamento: com oficinas de formação e incentivo à participação em conselhos e espaços de decisão;
Reconhecimento público: por meio de campanhas que valorizem a importância do papel dessas mães na construção de uma sociedade mais justa e sensível.
O projeto também propõe a criação de um cadastro municipal de mães atípicas, com o objetivo de facilitar o mapeamento das necessidades e a oferta personalizada de serviços.
Na justificativa, os autores ressaltam que essas mulheres enfrentam, muitas vezes em silêncio, uma rotina marcada por sobrecarga emocional, abandono profissional, solidão e falta de estrutura pública. A nova política tem como objetivo romper esse ciclo, reconhecendo e amparando quem cuida com dedicação e resiliência.