Nos dias atuais, é cada vez mais comum se questionar a necessidade das tradicionais capinhas de celular.
Com o avanço da tecnologia e a resistência crescente dos smartphones, será que ainda são realmente indispensáveis?
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A verdade é que muitas empresas de tecnologia não fazem questão de vender essas capas de proteção, mas certamente se beneficiam cada vez que um consumidor decide investir em uma.
Esse movimento contra as capinhas tem ganhado força entre os usuários mais antenados, que defendem a ideia de usar os celulares sem qualquer tipo de proteção extra.
Para entender melhor essa tendência, o jornalista Thomas Germain, da BBC, decidiu realizar um experimento.
Ele passou um mês utilizando seu smartphone sem a capa de proteção, ciente de que o jornal não se responsabilizaria por danos ao aparelho.
O resultado dessa experiência, cheia de aprendizados, é o que vamos explorar aqui.
O surgimento de uma nova tendência: menos proteção, mais estilo
Hoje, muitos usuários defendem a ideia de usar o celular sem capa, argumentando que o design minimalista e elegante dos aparelhos é prejudicado pelo uso de proteções externas.
Para esses consumidores, além de melhorar a estética do dispositivo, o manuseio também se torna mais agradável.
A ideia de exibir um smartphone de ponta sem uma capa protetora, portanto, virou também um símbolo de status.
Entre aqueles que estão cada vez mais convencidos dessa tendência, há uma frase que parece ser unânime: “os celulares são mais resistentes, e nada de ruim acontece se ele cair.”
De fato, com os materiais utilizados nas construções dos aparelhos, muitos usuários relatam que a durabilidade dos smartphones aumentou consideravelmente nos últimos anos.
Contudo, será que isso significa que devemos abandonar as capinhas de vez?
Resistência dos smartphones: uma evolução significativa
Em termos de construção, os smartphones atuais são muito mais robustos do que os modelos de 10 ou 15 anos atrás.
As telas, por exemplo, são feitas com o famoso Gorilla Glass, um vidro especial utilizado em vários modelos de marcas como Samsung, Xiaomi, Sony, Google e Motorola.
Esse vidro é produzido pela Corning, uma empresa americana que investe pesadamente em inovação.
O processo de fabricação do Gorilla Glass envolve a imersão do vidro em um banho de sal fundido a 400°C.
Durante esse processo, íons menores, como o lítio, são substituídos por íons maiores, como o potássio, criando uma camada de tensão compressiva que torna o vidro mais resistente a impactos.
Lori Hamilton, diretora de tecnologia da Corning, confirma que os smartphones de hoje são muito mais duráveis do que os modelos fabricados uma década atrás.
Além disso, a resistência dos aparelhos evoluiu consideravelmente.
O produto mais recente da Corning, o Gorilla Armor 2, utilizado no Galaxy S25 Ultra, por exemplo, passou em testes rigorosos de resistência a quedas de até 2,2 metros de altura, sem sofrer danos significativos.
Embora as inovações tecnológicas tornem os celulares cada vez mais resistentes, a indústria de capas para smartphones ainda é extremamente lucrativa.
Fabricantes de películas de proteção, que atuam no mercado de acessórios, reforçam a ideia de que mesmo os aparelhos mais resistentes não estão imunes a danos.
O mercado de capinhas e protetores continua em alta, com milhões de consumidores adquirindo essas proteções anualmente.
Entre os entusiastas dessa proteção extra, algumas empresas como a Apple e a Samsung continuam a produzir acessórios que são, de certa forma, indispensáveis para quem deseja prolongar a vida útil do aparelho e evitar danos estéticos.
No entanto, um número crescente de consumidores tem optado por não seguir essa lógica de consumo, acreditando que a resistência de seus aparelhos seja o suficiente para suportar os desafios do dia a dia.
A experiência de Thomas Germain: um teste real
O experimento conduzido por Thomas Germain, da BBC, revela muito sobre as atitudes dos usuários em relação à proteção de seus aparelhos.
Durante 30 dias, Germain usou seu smartphone sem capa de proteção, até que, no 26º dia, sofreu um pequeno incidente: o aparelho escorregou de suas mãos e caiu escada abaixo.
A consequência? Um pequeno corte na lateral do iPhone.
Esse teste não apenas exemplifica o dilema enfrentado por muitos usuários, mas também destaca uma verdade incontestável: é possível usar um celular sem capa, mas isso exige confiança e, talvez, um pouco de sorte.
A experiência também ilustra um ponto crucial: não importa o quão resistente o celular seja, sempre existe a possibilidade de danos, e é preciso ponderar se vale a pena correr esse risco.
A resistência das telas: avanços e limitações
A resistência das telas e o aumento da durabilidade dos smartphones, no entanto, não fazem os especialistas acreditarem que o celular esteja completamente à prova de danos.
Estudos realizados por revistas especializadas, como a Consumer Reports, mostram que, apesar dos avanços na resistência das telas, os testes de queda ainda podem resultar em falhas, especialmente quando os aparelhos são expostos a impactos mais fortes ou em condições adversas.
Rich Fisco, responsável pelos testes de durabilidade na Consumer Reports, explica que, apesar de a resistência dos aparelhos ter evoluído, sempre haverá um risco de falha.
Isso se deve a fatores como a intensidade do impacto ou a combinação de forças que o aparelho sofre em uma queda.
O debate sobre a proteção: vale a pena arriscar?
A conclusão do experimento de Germain e as observações de especialistas como Fisco deixam claro que, embora os smartphones sejam mais resistentes do que nunca, o risco de danos ainda existe.
Optar por usar ou não uma capa depende do nível de conforto do usuário e de quanto ele está disposto a arriscar.
Alguns ainda preferem a proteção das capinhas para evitar que o dispositivo sofra danos irreversíveis, enquanto outros, mais confiantes, acham que é mais vantajoso mostrar a beleza e a sofisticação do aparelho.
O debate continua, e a tendência de usar smartphones sem capa pode se tornar cada vez mais popular, principalmente entre aqueles que querem destacar a estética e a engenharia avançada dos dispositivos.
Você já se arriscou a usar seu celular sem capa? Acha que a resistência dos aparelhos modernos justifica essa escolha ou prefere garantir mais segurança para seu smartphone?
Por Alisson Ficher
Foto: Reprodução
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