Foto: Myke Sena/Esp. Metrópoles

Falta do nutriente pode causar cegueira noturna, atraso no crescimento e até prejudicar o sistema imunológico. Tratamento envolve suplemento.

A carência de vitamina A no organismo se reflete principalmente na saúde ocular, podendo levar ao surgimento de problemas nos olhos como xeroftalmia ou cegueira noturna, já que esta vitamina é muito importante para a produção de certos pigmentos visuais que permitem ver todo o espetro de luz.

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No entanto, a falta de vitamina A também pode causar problemas de pele, enfraquecimento do sistema imune, atraso no crescimento e problemas de reprodução. Os danos causados pela carência do nutriente são reversíveis na maior parte dos casos, sendo necessário fazer o tratamento com suplementação da vitamina e aumento das suas fontes alimentares na dieta.

A deficiência em vitamina A pode causar alguns problemas como:

1. Xeroftalmia

Esta é uma doença progressiva que causa aumento do tecido que cobre o olho e secura da superfície externa, podendo vir a causar cegueira. Os principais sintomas incluem queimação nos olhos, dificuldade para enxergar em ambientes mais escuros e a sensação de olhos secos.

À medida que a xeroftalmia avança, podem ainda surgir lesões e úlceras na córnea que se manifestam como pequenas manchas brancas no olho, conhecidas como manchas de Bitot e que, se não forem tratadas, podem causar cegueira.

2. Cegueira noturna

A cegueira noturna é uma complicação da xeroftalmia, na qual a pessoa tem dificuldade para enxergar em ambientes com pouca luz, especialmente quando se passa de um local com muita luz para outro mais escuro. No entanto, pessoas com este problema podem ter uma visão completamente normal durante o dia.

A dificuldade causada pela cegueira noturna normalmente surge quando os níveis de um dos pigmentos dos receptores da retina, conhecido como rodopsina, estão muito baixos, afetando a capacidade do olho para processar os objetos em pouca luz. A produção de rodopsina geralmente é regulada pela quantidade de vitamina A.

3. Pele grossa e seca

A falta de vitamina A pode produzir hiperqueratose folicular, que é quando os folículos pilosos da pele ficam entupidos por tampões de queratina, tornando a pele mais grossa. Esta alteração faz com que a pele fique com um aspeto de “pele de galinha”, além de ficar mais seca, escamosa e áspera.

A hiperqueratose normalmente começa na região dos antebraços e das coxas mas, com o tempo, pode se espalhar para todas as partes do corpo.

4. Atraso no crescimento

Níveis baixos de vitamina A no organismo podem causar atrasos no desenvolvimento das crianças, já que é uma vitamina importante para o crescimento dos ossos. Além disso, a deficiência de vitamina A pode ainda causar alterações no gosto e no olfato, fazendo com que os alimentos percam o seu sabor, o que leva a criança a querer comer menos, dificultando o desenvolvimento.

5. Problemas de fertilidade

A vitamina A é necessária para a reprodução tanto a nível masculino, como feminino, assim como para o desenvolvimento adequado do bebê durante a gestação. Além disso, a falta do nutriente a parece estar relacionada com o surgimento de abortos espontâneos.

6. Enfraquecimento do sistema imune

O sistema imune pode ficar enfraquecido quando há falta de vitamina A no organismo, já que a ausência do nutriente afeta o funcionamento das células T, partes importantes do sistema imune. Assim, a falta de vitamina A aumenta o risco de pegar várias infecções bacterianas, virais ou parasitárias, especialmente a nível respiratório.

A vitamina A também atua no processo de produção do colágeno e, por isso, a sua falta no corpo pode prejudicar a cicatrização de feridas, por exemplo.

O que pode causar falta de vitamina A

A principal causa da carência de vitamina A é uma inadequada ingestão de alimentos ricos no nutriente, como cenouras, ovos, brócolis ou fígado, por exemplo. No entanto, outros problemas como fibrose, consumo exagerado de bebidas alcoólicas ou transtornos do fígado também podem aumentar o risco de uma deficiência da vitamina.

Além disso, como a vitamina A é lipossolúvel, se existir uma má absorção de gorduras a nível intestinal, também é possível que ela não seja bem absorvida. Este tipo de causa é mais comum em pessoas que fizeram cirurgia bariátrica ou que têm doenças inflamatórias intestinais.

Como confirmar a falta de vitamina A

Normalmente se suspeita de déficit de vitamina A em crianças e adultos que se encontrem em estado de mal nutrição ou em pessoas que tenham fatores de risco, mas os sinais e sintomas devem ser sempre avaliados por um médico.

O médico pode ainda pedir a realização do exame de sangue retinol sérico: valores inferiores a 20 mcg/dL indicam falta de vitamina A no corpo, e valores inferiores a 10 mcg/dL, indicam carência grave.

Como se faz o tratamento

O tratamento da falta de vitamina A é baseado no aumento da ingestão de alimentos ricos no nutriente, assim como suplementação oral, de maneira a reduzir o risco de mortalidade. É importante que, durante o tratamento, a pessoa faça acompanhamento com um nutricionista para garantir o aporte adequado para as suas necessidades diárias.

O tratamento inclui:

1. Comer alimentos ricos em vitamina A

A vitamina pré-formada se encontra apenas em alimentos de origem animal, em locais de armazenamento, ou seja, no fígado e na gordura dos ovos e do leite. Uma grande quantidade desta vitamina também se encontra no óleo de fígado de bacalhau.

No entanto, também existem alimentos de origem vegetal que contêm carotenoides, que são percursores da vitamina A e que se encontram, principalmente, nos legumes de cor verde escura ou em frutas amarelo-alaranjadas, como a cenoura, espinafre, suco de laranja e batata doce, entre outros.

2. Fazer suplementação de vitamina A

A suplementação com vitamina A deve ser orientada por um médico ou nutricionista, já que a dose irá depender da idade, peso e estado de saúde geral da pessoa afetada.

Em alguns casos, a suplementação de vitamina A pode ser feita com óleo de fígado de bacalhau pois, além de conter uma excelente quantidade dessa vitamina, também contém vitamina D, ômega 3, iodo e fósforo, importantes para todo o desenvolvimento infantil.

Fonte: Metrópoles
Foto: Myke Sena/Esp. Metrópoles
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