Garota terá de prestar serviços comunitários em entidade por seis meses. Fórum aguarda documentação para que medida socioeducativa comece.

Uma garota aguarda documentação para começar a cumprir medida socioeducativa de seis meses em um convento por ter agredido uma colega homossexual dentro da escola onde estudavam, em Bela Vista de Goiás, Região Metropolitana de Goiânia. O ato infracional ocorreu no final de 2012, quando a acusada tinha 14 anos e a vítima, 16. O avô e a mãe da menor infratora, que também são suspeitos de terem participado da agressão, respondem pelo crime no mesmo processo, que foi desmembrado.

Segundo a decisão do juiz Paulo Afono de Amorim Filho, titular da comarca de Bela Vista de Goiás, as agressões foram motivadas por razões homofóbicas, “tendo em vista que a representada não aceita a opção sexual da vítima”. Ainda de acordo com o magistrado, a menor alegou que a colega lhe fazia “propostas amorosas” e não negou a autoria do fato, que causou lesões na vítima.

A professora das alunas também foi ouvida pela Justiça e disse que tentou defender a adolescente agredida, mas acabou sendo atingida na cabeça.

Diante disso, o juiz determinou que a menor cumpra medida socioeducativa durante seis meses por seis horas semanais na Casa das Irmãs Franciscanas, que realização ações sociais Bela Vista de Goiás.

A condenação ocorreu em novembro do ano passado, mas até agora não foi iniciada. O Fórum da cidade informou ao G1 que já notificou a garota e a entidade a respeito do cumprimento da medida e aguarda um posicionamento de ciência do convento para que a garota possa começar a atuar no local. Já a entidade disse que já encaminhou o documento ao Fórum.

Agressão
A agressão ocorreu no dia 12 de novembro de 2012. Na época, o delegado da cidade, Iris Alves Pinto, ouviu os envolvidos. Os parentes da agressora disseram que ela vinha sofrendo perturbações e sendo ameaçada, inclusive de morte, pela colega que alega ter sido agredida. A situação já teria sido informada à direção da escola, juntamente com um pedido de providência para que essas ameaças parassem.

“A garota de 14 anos e colegas dela alertaram que a adolescente de 16 anos havia levado uma faca para a escola e que dizia que mataria a colega”, contou o delegado.

Ele disse que o avô e a mãe da adolescente de 14 anos disseram que ficaram preocupados com a notícia e, por isso, foram até a escola. Lá, eles passaram pelo primeiro portão, que estava aberto, e forçaram a passagem pelo segundo.

“Eles encontraram a aluna que acreditavam estar armada dentro da sala de aula e pediram para a professora deixá-los conversar com ela. O que não foi autorizado. Eles então indagaram porque ela queria matar a colega e a resposta teria sido afirmativa”, relata o policial.

A agressão física, propriamente dita, teria começado logo depois, quando a suposta estudante ameaçada chegou à sala de aula. “Segundo a família da menor de 14 anos, a garota de 16 avançou para cima dela e tudo o que fizeram, o avô e a mãe, foi apartá-las”, conta.

Do G1

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