Água das enchentes pode ajudar a transmitir bactéria das fezes de roedores para pessoas (Foto: Chris Gallagher/Unsplash

Leptospirina é responsável por doença que provoca febre, dores musculares, náuseas e vômitos.

O período de chuvas intensas é sempre motivo de preocupação para moradores de áreas de risco. Além de trazer consequências aos móveis e demais objetos da casa, o grande volume de água pode ainda tornar o ambiente propício para a transmissão de leptospirose, doença que tem forte relação com as fezes dos ratos e de outros animais.

Segundo informações do Boletim Epidemiológico, editado pela Secretaria de Vigilância em Saúde, entre 2010 e 2020 foram confirmados 39.270 casos de leptospirose no Brasil, com média de 3.734 ocorrências por ano. Desde 1993, essa doença tem notificação compulsória às autoridades de saúde na tentativa de evitar possíveis surtos.

Pessoas com leptospirose podem apresentar sintomas leves a moderados, mas também desenvolver complicações graves. Uma das medidas eficazes para minimizar o risco de aparecimento de roedores e outros roedores é buscar por empresas dedetizadoras.

Embora seja uma doença conhecida há bastante tempo no Brasil, poucas pessoas sabem como ocorre o processo de transmissão da bactéria, os principais sintomas da condição e os tratamentos indicados para pessoas infectadas.

Como ocorre a transmissão de leptospirose

De acordo com a Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde, a leptospirose é uma doença infecciosa ocasionada por uma bactéria chamada Leptospira, bastante comum na urina de ratos. Uma das principais formas de transmissão desse micro-organismo é por meio da água ou lama contaminada.

No período de inundações, a água da chuva pode se misturar com as fezes dos roedores presente em esgotos e bueiros e infectar pessoas. Não é à toa que, nos últimos meses, a cidade de Petrópolis registrou um aumento no número de casos da doença após as fortes chuvas que causaram enchentes e deslizamentos na região.

O portal do Ministério da Saúde informa que as bactérias presentes na água penetram na pele, podendo se alojar com mais facilidade em casos de arranhões ou ferimentos à mostra no momento do contato. Cabe ressaltar que a leptospirose também pode acometer outros animais, como cachorros, bois e porcos.

Conheça os sintomas

A Secretaria de Saúde do Governo do Estado do Paraná informa que os sintomas da doença são bastante parecidos com os da dengue e gripe. Os pacientes contaminados costumam apresentar febre, dores de cabeça, dores musculares, falta de apetite, náuseas e vômitos.

Em alguns casos, diarreia, dor nas articulações, vermelhidão ou hemorragia conjuntival, fotofobia, tosse e dor ocular, também podem surgir como sintomas. Já pacientes graves podem desenvolver complicações como insuficiência renal e hemorragias, levando à necessidade de internação hospitalar.

Ainda conforme a Secretaria de Saúde do Paraná, as primeiras manifestações clínicas costumam acontecer uma semana após o contato com a água contaminada.

Tratamentos indicados para leptospirose

Para iniciar o tratamento, é importante que o paciente visite um médico logo após perceber os primeiros indícios da doença. Cabe ressaltar que o Ministério da Saúde não recomenda a automedicação diante da suspeita de leptospirose. O paciente deve sempre buscar orientação médica.

No hospital, é necessário que a pessoa relate a exposição a enchentes ou inundações para que o médico possa, por meio de exames clínicos laboratoriais, diagnosticar a doença.

A Biblioteca Virtual em Saúde orienta que o tratamento seja baseado no uso de medicamentos conforme os sintomas apresentados. Casos mais leves podem ser tratados diretamente em ambulatórios, mas os graves podem necessitar de internação hospitalar.

Como prevenir

A leptospirose é uma doença que pode ser evitada de diferentes formas. No entanto, alinhar os métodos pode garantir mais segurança aos moradores em regiões que sofrem com inundações.

Segundo o Ministério da Saúde, obras de saneamento básico com foco no abastecimento de água, lixo e esgoto podem acabar não somente com o risco da doença, mas também com a quantidade desenfreada de enchentes no país. Além disso, o órgão orienta que o combate aos roedores por meio da desratização também auxilia, assim como medidas para afastar a presença dos animais, como vedação dos lixos e descarte adequado das sobras de alimentos.

O órgão destaca que quem esteve em contato com uma inundação pode utilizar hipoclorito de sódio a 2,5% (água sanitária) para realizar a higienização dos ambientes, pois a solução mata as bactérias presentes nas fezes dos ratos. Além disso, o Ministério da Saúde orienta o uso de botas e luvas de borracha para a limpeza. Caso não seja possível, sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés podem substituí-los e minimizar o contato com a água contaminada.

Foto: Chris Gallagher/Unsplash
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