Foto: João Paulo Burini/ Getty imagens

País passa por surto da doença disseminada pelo mosquito Aedes aegypti. De janeiro a abril deste ano, já foram registrados 542 mil casos.

Considerada endêmica no Brasil, a dengue tem sido responsável por levar cada vez mais pessoas ao hospital. Nos últimos meses, o país enfrenta um surto da doença e vem batendo recorde de novos casos. De janeiro a abril deste ano, já foram registrados 542 mil casos. Em todo o ano passado, foram 544 mil notificações.

A dengue é uma doença causada pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado, que aparece com mais frequência no verão e em regiões mais úmidas.

Para confirmar a diagnóstico, além da avaliação dos sintomas apresentados pelo paciente, são realizados exames laboratoriais, como o hemograma, o isolamento do vírus e testes bioquímicos. A partir da realização dos exames, o médico pode verificar qual o tipo de vírus e, assim, indicar o tratamento mais adequado.

Caso surja febre acompanhada de dois ou mais sintomas, é recomendado ir ao pronto-socorro para que o diagnóstico seja feito.

1. Exame físico

O exame físico consiste na avaliação pelo médico dos sintomas descritos pelo paciente. São indicativos da dengue clássica:

  • Dor de cabeça intensa;
  • Dor no fundo dos olhos;
  • Dificuldade para movimentar as articulações;
  • Dor muscular em todo o corpo;
  • Tonturas, náuseas e vômitos;
  • Pintinhas vermelhas pelo corpo com ou sem coceira.

Já no caso da dengue hemorrágica, os sintomas incluem manchas vermelhas na pele, hematomas e sangramentos frequentes no nariz ou gengivas.

Os sinais surgem normalmente 4 a 7 dias após a picada do mosquito infectado pelo vírus e têm início com febre acima de 38ºC, que depois de algumas horas é acompanhada pelos outros sintomas.

Por isso, na suspeita de dengue, é importante buscar ajuda médica para que sejam feitos exames mais específicos para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento rapidamente, uma vez que, em casos mais graves, o vírus pode afetar o fígado e o coração.

2. Prova do laço

A prova do laço é um tipo de exame rápido que verifica a fragilidade dos vasos sanguíneos e a tendência a sangramentos, sendo muitas vezes realizado em caso de suspeita de dengue clássica ou hemorrágica. Esse exame consiste em interromper o fluxo sanguíneo no braço e observar o aparecimento de pequenos pontos vermelhos — o risco de sangramento é maior quanto mais pontos vermelhos forem observados.

Apesar de fazer parte dos exames indicados pela Organização Mundial de Saúde para diagnóstico da dengue, a prova do laço pode fornecer resultados falsos quando a pessoa está fazendo uso de medicamentos como a Aspirina ou corticoides, ou se encontra na fase pré ou pós menopausa, por exemplo.

3. Teste rápido para diagnosticar dengue

O teste rápido para identificar dengue está sendo cada vez mais utilizado, pois demora menos de 20 minutos para identificar se o vírus está presente no organismo e há quanto tempo, já que detecta os anticorpos IgG e IgM.

Porém, o teste rápido também não identifica a presença de outras doenças transmitidas pelo mosquito da dengue, como zika ou chikungunya. Por isso, o médico pode pedir um exame de sangue normal para identificar se o paciente também se está infectado por outros vírus. O teste rápido é gratuito e pode ser feito nos posto de saúde do Brasil por qualquer pessoa pois não é necessário fazer jejum.

4. Isolamento do vírus

Esse exame tem como objetivo identificar o vírus na corrente sanguínea e estabelecer qual o sorotipo, permitindo o diagnóstico diferencial para outras doenças causadas pela picada do mesmo mosquito e que cursam com sintomas semelhantes. O exame também permite que o médico inicie um tratamento mais específico.

O isolamento do vírus é feito por meio da análise de uma amostra de sangue, que deve ser coletada assim que surgirem os primeiros sintomas. Essa amostra é enviada para o laboratório e, por meio de técnicas de diagnóstico molecular, como o PCR, por exemplo, é possível identificar a presença do vírus.

5. Testes sorológicos

O teste sorológico tem como objetivo diagnosticar a doença por meio da concentração de imunoglobulinas IgM e IgG no sangue, proteínas que têm sua concentração alterada em casos de infecção. A concentração do IgM aumenta logo que há o contato da pessoa com o vírus, enquanto o IgG aumenta depois, mas ainda na fase aguda da doença, e permanece em quantidades elevadas no sangue, sendo, portanto, um marcador da doença.

Os testes sorológicos normalmente são solicitados como forma de complementar o exame de isolamento do vírus e o sangue deve ser coletado cerca de 6 dias após o início dos sintomas, pois assim é possível verificar de forma mais correta as concentrações das imunoglobulinas.

6. Exames de sangue

O hemograma e o coagulograma também são solicitados pelo médico para diagnóstico da dengue, principalmente da versão hemorrágica. No hemograma normalmente são verificadas quantidades variáveis de leucócitos, podendo haver leucocitose, que é o aumento da quantidade de leucócitos, ou leucopenia, que corresponde à diminuição do número de glóbulos brancos no sangue.

Além disso, normalmente é observado o aumento do número de linfócitos (linfocitose) com a presença de linfócitos atípicos, além de trombocitopenia, que é quando as plaquetas encontram-se abaixo de 100.000/mm³. O valor de referência é entre 150.000 e 450.000/mm³.

O coagulograma, que é o exame que verifica a capacidade de coagulação do sangue, normalmente é solicitado em caso de suspeita de dengue hemorrágica.

7. Exames bioquímicos

Os principais exames bioquímicos solicitados são a dosagem de albumina e das enzimas hepáticas TGO e TGP, indicando o grau de comprometimento do fígado e sendo indicativo de estado mais avançado da doença.

Normalmente, quando a dengue já se encontra em um estágio mais avançado, é possível observar diminuição da concentração de albumina no sangue e presença de albumina na urina, além do aumento das concentrações de TGO e TGP no sangue, indicando dano hepático.

Fonte: Metrópoles
Foto: João Paulo Burini/ Getty imagens
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