A Justiça de Goiás aceitou, nesta sexta-feira (18), a denúncia feita pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) contra o padrasto do bebê de 1 ano e 8 meses que foi morto no último dia 31 de agosto em Rio Verde, no sudoeste de Goiás. Segundo as investigações, o réu agrediu o neném até a morte e já havia batido na vítima em outras ocasiões. As apurações indicaram ainda que a mãe sabia das agressões.
Segundo o promotor de Justiça responsável pelo caso, Thiago Galindo Placheski, o padrasto se tornou réu pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, tortura e fraude processual. Já a mãe do bebê é ré pelo crime de omissão de tortura.
O homem está preso e a mulher responde em liberdade, sendo monitorada por tornozeleira eletrônica.
A defesa da mãe informou à TV Anhanguera que só vai se posicionar sobre o caso quando tiver acesso à denúncia.
Até a publicação desta reportagem, o portal e a TV Anhanguera não conseguiram identificar os responsáveis pela defesa do padrasto. Segundo o promotor do caso, o réu ainda não apresentou advogado.
O promotor explicou que deve pedir que a Justiça leve os denunciados a júri popular para serem julgados. Segundo ele, a violência do padrasto contra o enteado chama muito a atenção.
“[…] A violência com que foi praticada as agressões, de forma a causar um traumatismo no abdômen da criança, levou a uma hemorragia e a levou à morte”, detalhou.
Crime
O bebê foi morto no último dia 31 de agosto. Segundo a denúncia, o padrasto da vítima confessou ter agredido o enteado com chineladas e as mãos. Em uma gravação, o jovem chegou a dizer que deu um banho no garoto para tentar reanimá-lo.
A denúncia também explica que o padrasto deu uma faxina em casa para tentar se livrar de possíveis evidências e chamou o socorro na tentativa de simular uma morte acidental. Consta nos registros policiais que o homem apresentou algumas versões controversas, mas depois confessou o crime, dando detalhes das agressões com as mãos e com chinelos.
Agressões recorrentes
As investigações da Polícia Civil, chefiadas à época pelo delegado Danilo Fabiano Carvalho, apontaram que o bebê já havia sido agredido outras vezes pelo padrasto.
Segundo as apurações, a mãe tinha conhecimento dessas atitudes violentas do companheiro para com o filho, mas não agiu no sentido de separá-los – por isso ela também foi denunciada.
Durante as apurações policiais, uma vizinha relatou já ter ouvido o neném ser agredido.
Por Vanessa Martins, G1 GO
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