Alunos cotistas que tentam entrar na Universidade Federal de Jataí (UFJ) precisam se sair melhor que os estudantes que entram pela ampla concorrência. Para o bacharelado noturno de geografia, a pontuação para entrada de cota de escola pública foi de 621,56, e da ampla concorrência de 424,22. São dados relativos ao primeiro semestre de 2022.
Essa é considerada a maior discrepância de nota necessária entre os alunos de sistema de cotas e ampla concorrência encontrada no país. O levantamento foi realizado pela Folha de São Paulo e mostra que há uma distorção em que estudantes cotistas precisam se sair melhor no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), dificultando o acesso a 1.551 graduações do país.
Segundo o levantamento, das 6.014 graduações presentes no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), em 25,3% ocorre distorção em uma ou mais subcotas.
A UFJ é, conforme mostrado, a que tem maior distorção analisada. Enquanto em Jataí, um aluno cotista precisa fazer 200 pontos a mais que um não cotista. Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), por exemplo, um aluno de escola pública precisa fazer 21 pontos a mais que de uma escola particular, pelo sistema de cotas.
Entenda
Segundo levantado pela Folha, a situação decorre da forma como o Sisu operacionaliza a Lei de Cotas. A reportagem aponta que ao contemplar todas as categorias previstas pelo sistema de cotas (escolas públicas, renda e proporção de pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência), acaba gerando distorção e fazendo com que os estudantes principalmente oriundos de escolas públicas tenham que ingressar com notas maiores.
Fonte: Mais Goiás
Foto: Vânia Santana – Portal Panorama
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