Município em Goiás pagará R$ 300 mil após erro médico em cirurgia

O município de Piracanjuba, em Goiás, foi condenado a pagar mais de R$ 300 mil à família de uma mulher que morreu após um erro médico no Hospital Municipal. A Justiça determinou o pagamento de R$ 300 mil por danos morais, R$ 8.518,88 por danos materiais e uma pensão única para os dois filhos da vítima. O valor da pensão corresponde a dois terços da renda da mãe, desde a data da morte até que os filhos completem 25 anos.

A paciente passou por uma cirurgia para retirada da vesícula biliar. Durante o procedimento, o médico esqueceu uma compressa cirúrgica de 30 centímetros e grampos metálicos dentro do corpo da mulher. Desde então, ela sofreu intensas dores, vômitos e diarreia. Apesar de procurar várias vezes o hospital, recebia apenas analgésicos e era liberada sem novos exames.

Meses depois, a paciente foi encaminhada para Goiânia. Lá, exames revelaram os objetos deixados no corpo. Ela precisou de nova cirurgia, mas não resistiu à infecção generalizada. Morreu quase um ano após o primeiro procedimento.

A juíza responsável destacou que o município não conseguiu provar o contrário da relação entre o erro médico e o óbito. Além disso, apontou descaso da administração, que não deu continuidade à perícia solicitada.

Segundo a decisão, o atendimento médico foi falho e negligente. Documentos emitidos quase um ano após a cirurgia ainda indicavam a ausência da vesícula biliar. A magistrada reforçou que, embora a medicina seja uma atividade-meio, isso não autoriza a falta de ética, a imprudência ou o descuido no atendimento.

Por Gessica Vieira
Foto: Reprodução
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