Maioria dos usuários é de adultos jovens, com idade entre 25 e 34 anos. Facebook é o mais usado

Dentro de alguns anos, a presença dos candidatos nas redes sociais poderá influenciar o resultado das eleições. É o que sugere pesquisa realizada pelo Instituto Verus, que levantou o índice de participação de eleitores goianos presentes nas redes e o perfil dos usuários. De acordo com o levantamento, 41,7% dos eleitores goianos estão presentes em alguma rede social, sendo que 80% dos muito jovens – entre 16 e 24 anos –, independente da condição social ou local de moradia, estão conectados.

Os dados foram coletados entre os dias 14 e 22 de dezembro, em 45 municípios, de todas as regiões do Estado. Foram entrevistadas 1.200 pessoas com 16 anos ou mais, habilitadas a votar e residentes há mais de um ano nas cidades pesquisadas. A margem de erro é de 2,9% para mais ou para menos.

Contrariando a ideia de que apenas adolescentes estão presentes nas redes, a pesquisa aponta que em Goiás a maioria dos usuários é de adultos jovens, com idade entre 25 e 34 anos. Chama a atenção, no entanto, que do universo total de entrevistados, o índice de participação é muito maior entre os muito jovens. “Eles ainda representam uma parcela pequena dos eleitores e por isso não são maioria entre os usuários. Mas, se já são usuários das redes sociais hoje, significa que nas próximas eleições representarão uma parcela muito maior”, analisa o diretor do Instituto Verus, Luiz Felipe Gabriel.

De acordo com a pesquisa, o Facebook é, disparado, a rede com maior presença dos eleitores. Do total, 95% dos eleitores presentes em redes participam do Facebook – e muitas vezes de outras redes também. Já o Twitter, ferramenta amplamente utilizada nos dois últimos pleitos, fica em sétimo lugar, entre os entrevistados, em presença de eleitores.

O fenômeno das redes sociais é considerado, desde as últimas eleições, um canal a mais na formação da opinião pública. Tanto que o assunto foi tema de regulamentação no Congresso, no ano passado. Analista de pesquisas do instituto, Luciana Naghettini defende que as manifestações ocorridas em meados do ano passado, organizadas por meio das redes sociais, demonstram a força dos novos canais de comunicação.

“Essas manifestações tiveram como característica inovadora sua organização on-line. Seja para articular, cobrir ou divulgar as ondas de protesto por todo o Brasil, as redes sociais tiveram um papel fundamental, consolidando sua relevância e poder de influência”, aponta. “Levando-se em consideração que Goiás tem, de acordo com dados de 2013 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 4,3 milhões de eleitores, conclui-se que, destes, aproximadamente 1,8 milhão estão abertos a acessar, produzir e compartilhar informações através das redes sociais” avalia a analista.

Além de adultos jovens, o levantamento mostra que é maioria entre os conectados eleitores do sexo feminino (52,9%) – embora haja praticamente empate técnico, se considerada a margem de erro. Quanto ao grau de instrução, a maior parte tem ensino médio concluído (40,5%), índice também próximo do alcançado por eleitores com nível fundamental.

Ainda sobre o perfil dos eleitores usuários das redes sociais, a grande maioria ganha até cinco salários mínimos. Quase a metade é católica.

USO DA REDE

Apesar do grande potencial de alcance do eleitorado, o uso da rede pelos candidatos ainda não é fator que determina o sucesso de sua campanha, de acordo com especialistas. “A prática mostra que o uso das redes não é um bom preditor de resultado de campanha. Em 2010, Marconi (Perillo, então candidato ao governo) teve maior participação nas redes sociais e ganhou a eleição. Mas em 2012, o trabalho de Jovair Arantes na internet foi muito mais importante do que o de Paulo Garcia, que foi o eleito”, lembra o pesquisador Luiz Carlos Fernandes, doutorando com atuação na linha de pesquisa Democracia e novas tecnologias da informação e da comunicação.

Ele alerta que as redes devem ser entendidas, pelos candidatos, como um canal a mais de comunicação na campanha, mas que não dá resultados diretos com o eleitorado. “Nas redes, são os formadores de opinião – e não os candidatos – que influenciam a escolha do eleitor. E esses formadores são alcançados pelos candidatos fora das redes sociais”, explica Fernandes.

A presença nelas, no entanto, é indispensável, de acordo com o pesquisador. “É um ambiente importante para discutir ideias e quem o usa bem tem mais um meio de fazer campanha e com baixo custo. Cada vez mais, é uma ferramenta que não pode ser ignorada”, aposta.

Fonte: O Popular

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