Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Natural de Jataí e funcionário público de hospital, Ronaldo Júnior afirma que não 'furou fila' no rígido plano de imunização britânico, cita ansiedade, e indica uso do imunizante: 'Não é o momento para teorias da conspiração'.

Enquanto milhares de pessoas ainda aguardam a oportunidade de se vacinar contra a Covid-19, o funcionário público goiano José Carvalho Júnior, que mora em Londres, já teve a sorte e o privilégio – como ele próprio diz – de receber a primeira dose do imunizante, da Pfizer.

Funcionário público de um hospital na capital britânica, onde mora há mais de 20 anos, ele admite que ficou ansioso, mas garante que está bem e na expectativa para receber a segunda dose, no dia 12 de janeiro do ano que vem.

“Acima de tudo, eu me senti muito privilegiado e sortudo, enquanto tem tanta gente esperando um certo tipo de retomada à normalidade. Claro que fiquei ansioso, não pela vacina, mas talvez por algum efeito que ela pudesse trazer, e eu confesso que não tive reação alguma. Não teve nenhum efeito colateral e eu me senti completamente bem depois da primeira dose”, afirma.

Natural de Jataí, no sudoeste de Goiás, Ronaldo, que trabalha como gerente comercial hospitalar, explicou como conseguiu receber a dose, ressaltando que não “furou a fila” de prioridades da vacina, bastante rígida no Reino Unido. Ele destacou que foi beneficiado pelo aumento do número de pontos de vacinação, bem como o difícil armazenamento do imunizante.

“Gostaria de ressaltar que não tirei a vacina de ninguém. Um dos hospitais onde eu trabalho, na semana passada, era um dos únicos 50 pontos no Reino Unido a providenciarem a vacinação. Vários idosos de asilos estavam vindo ao nosso hospital para serem vacinados, porém, a partir do início da semana passada, os pontos de vacinação triplicaram. Ou seja, as pessoas não teriam que viajar tão longe”, detalha.

“Por essa vacina ter a data de validade não muito longa e por não ser um processo tão fácil de transportá-la, porque, afinal, ela tem que estar guardada a -70ºC, para ser transportada não é uma logística muito fácil. Então, os profissionais de saúde do hospital onde eu trabalho, sabiamente, começaram a oferecer para os funcionários também, clínicos ou não. Quem quisesse poderia se cadastrar e ser vacinado”, completa.

‘Teorias da conspiração’

Ronaldo conta que, assim como no Brasil e em outras partes do mundo, existe uma certa desconfiança de algumas pessoas no que diz respeito à obrigatoriedade da vacina. No entanto, ele acredita que não é momento de ser “egoísta” e que não há espaço para “teorias da conspiração”.

“Em todo lugar essa questão é a mesma. Tem teorias da conspiração, tem os efeitos que podem ou não podem trazer. Mas eu, pessoalmente, acho que não é o momento de ser individualista ou egoísta. É o momento de pensar nos idosos, nos vulneráveis, nos profissionais de saúde que estão lutando tão duramente contra essa pandemia. A gente nunca passou por algo assim. Não é o momento para teorias da conspiração”, opina.

Ronaldo relata que ter recebido a primeira dose não o permite, por ora, abandonar as medidas de combate ao coronavírus, como usar máscara, manter o distanciamento social e higienizar as mãos com frequência.

O gerente hospitalar conta que, antes de receber a primeira dose da vacina, é preciso responder a um denso questionário, no qual também são repassadas todas as informações sobre o processo, além de passar por uma entrevista.

“Eles frisam que, além dos riscos, há também os benefícios. A primeira dose da Pfizer te deixa imune 52% apenas. E, no prazo de 21 dias, ou seja, no dia 12 de janeiro, eu terei a minha segunda dose e estarei 97% imunizado. Com isso, também não vou estar passando para outras pessoas”, pontua.

Por Sílvio Túlio, G1 GO
Foto: Reprodução/TV Anhanguera

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