A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), foi descrita pela ciência no ano de 1981 e a primeira vítima da doença faleceu um pouco antes, no ano de 1977. Tratava-se de uma médica dinamarquesa que esteve na África realizando pesquisas e começou a apresentar diversos sintomas que não eram adequados a sua idade, em pouco tempo os cientistas perceberam que se tratava de um novo vírus.
No ano de 1982, nos Estados Unidos, pesquisadores identificaram o que seria o “paciente zero”. Após entrevistar vários pacientes que estavam apresentando sintomas, identificou-se que muitos deles haviam estado com um parceiro sexual em comum, um comissário de bordo de origem franco-canadense – esse homem teria portado o vírus e o disseminado nos EUA.
Num momento inicial acreditava-se que o vírus atingisse apenas pessoas homossexuais, o que gerou um estigma até hoje não superado. No entanto, com o rápido andamento das pesquisas identificou-se que qualquer pessoa poderia ser contaminada.
No Brasil, o mês de dezembro é marcado pela luta contra o vírus, com a Campanha Dezembro Vermelho, campanha instituída pela Lei nº 13.504/2017, chamando a atenção para a prevenção, a assistência e a proteção dos direitos das pessoas infectadas com o HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis.
Quarenta anos após ser descrito o vírus ainda é motivo para preconceito e também de preocupação por parte das autoridades de saúde. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 920 mil pessoas vivem com HIV no Brasil. Em 2019, foram diagnosticados 41.919 novos casos de HIV e 37.308 casos de Aids – é importante destacar que os portadores do vírus não desenvolvem, necessariamente, a doença.
A patologia, que durante mais de duas décadas atingiu majoritariamente pessoas de classes sociais mais elevadas e brancas, em geral, tem mudado seu perfil no país. Em 2020, de cada dez casos de Aids diagnosticados no país, seis atingiram pessoas negras. Em termos de óbitos, o percentual é ainda maior. Em 2020, 61,9% das mortes registradas por HIV/Aids no país foram entre pessoas negras. A proporção é ainda maior de óbitos entre mulheres negras, que atingiu 62,9% do total. A mudança de perfil liga-se à uma parcela marginalizada de profissionais do sexo, de privados de liberdade e de usuários de drogas.
Segue sendo imprescindível lembrar que a Aids tem tratamento, mas não tem cura e que a prevenção é essencial para evitar a proliferação das contaminações.
Por Estael Lima
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