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Com isolamento social devido à pandemia de coronavírus, o consumo de energia elétrica caiu na maior parte do Brasil por conta das restrições às atividades econômicas. Porém, Goiás possui o menor índice das reduções registradas no País, segundo estudo realizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Houve queda de apenas 2% em abril em comparação com o que foi registrado no mesmo mês de 2019. Esse porcentual também foi alcançado pelo Mato Grosso.
No caso goiano, isso reflete um aumento no uso de energia após a taxa de isolamento social chegar a níveis baixos com o retorno de muitas atividades comerciais e industriais em diversas cidades. Como mostrou o POPULAR ontem, o Estado chegou a ter o pior índice do Pais de isolamento no sábado (09) com apenas 37,44% de pessoas em casa.
A média do consumo no Sistema Interligado Nacional (SIN) caiu 13% em abril no País. No início da quarentena, até o dia 17 de abril em relação aos primeiros 20 dias de março, Goiás havia reduzido em 7% o uso de energia. Era o oitavo com menor porcentual de redução, enquanto a média nacional estava em 14%. Uma realidade que foi modificada com flexibilização da quarentena a partir do decreto estadual de 19 de abril.
O gasto foi impulsionado no Estado pelo Ambiente de Contratação Livre (ACL), onde ocorreu aumento de 11% no consumo, com a demanda dos principais setores da economia que negociam energia no mercado livre. Destacam-se a indústria química, que obteve aumento de 145%, depois segmentos de telecomunicações (38%), metalurgia e produtos de metal (28%) e extração de minerais metálicos (14%).
Uma contenção na despesa só ocorreu para comércio (-1%), setor de bebidas (-37%), serviços (-55%) e veículos (-61%). Já no Ambiente de Contratação Regulada (ACR), aquele que o consumidor compra diretamente das distribuidoras – onde entra a classe residencial –, houve queda de 7%.
Distribuidora
Ao mesmo tempo em que ainda há queda no consumo de energia se comparado com o ano passado, a Enel Distribuição Goiás divulgou ontem que houve acréscimo de março para abril de 9,2% no caso dos clientes residenciais devido ao isolamento social, sem detalhar valores e comparação com outros segmentos. A empresa informou que “com as pessoas ficando mais tempo em casa, o uso de aparelhos elétricos aumentou”, o que levou a esse cenário.
Argumento que a distribuidora utiliza, inclusive, para alertar os clientes que notaram aumento na fatura neste mês. A analista de mercado Marianna Amaral Fernandes, de 34 anos, está no grupo dos que levaram um susto. O valor da conta de luz teve acréscimo de mais de R$ 120. “Ficou muito mais alta do que o comum e por isso tenho de fazer as contas para saber, eu fiquei mais em casa, mas não tanto”, pontua ao citar as férias de 20 dias e o fato de que o filho pequeno, de 2 anos, e o marido ficam em casa enquanto ela sai.
A dúvida sobre o que ocorreu é devido ao faturamento pela média. Essa modalidade trouxe uma confusão, por isso ela afirma que a partir de agora pretende fazer a autoleitura para ficar de olho e “pagar o justo”. Ela entrou em contato com a Enel e aguarda para saber o que ocorreu com a conta. Já na residência, diz que desliga aparelhos da tomada quando não estão em uso, tem lavado roupas menos vezes e procura ligar o ar-condicionado o mínimo possível.
Segundo a Enel, o faturamento por média pode ter feito a conta de clientes subir. Isso porque para alguns consumidores em abril houve acúmulo de parte do consumo de março na conta. A explicação da empresa é de que voltou gradativamente com a leitura, o que faz ser levado em conta o consumo real. Assim, se o consumidor foi cobrado a menos, como foi a maioria dos casos, de acordo com a empresa, a diferença foi cobrada agora. O contrário também pode ocorrer.
Se houver excessos, o superintendente do Procon Goiás, Allen Viana, indica reclamar, solicitar número de protocolo e se a empresa não resolver no tempo que prometeu o consumidor deve procurar o órgão de defesa.
Fonte: O Popular
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