É forte a tendência de que as aulas presenciais do ensino fundamental e médio sejam autorizadas pelo Centro de Operações de Emergências (COE) em Saúde Pública de Goiás para enfrentamento ao coronavírus (Sars-CoV-2) nesta quarta-feira (28) durante a reunião semanal do grupo. Os dois parâmetros considerados para a liberação já têm sido atendidos há quatro semanas.
“Um indicador já foi alcançado que é a taxa de ocupação dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI). Existe a possibilidade de alcançarmos ambos esta semana, mas só teremos certeza quando fizermos a análise na quarta-feira”, explica a superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), Flúvia Amorim. O cenário reforça a previsão de que as aulas presenciais no Estado sejam liberadas em novembro.
Para que ocorra a liberação é preciso que a taxa de ocupação dos leitos de UTI fique abaixo de 75% por quatro semanas seguidas. Na última segunda-feira (26), a taxa de ocupação dos leitos de UTI do Estado ficou em 67,51%. Já em Goiânia, 43,52% estavam ocupados e, em Aparecida de Goiânia, 36,36%. As vagas disponíveis nos dois municípios passaram a integrar o cálculo estadual no início deste mês depois que, conforme o portal apurou, os representantes da educação levantaram preocupações durante uma reunião do COE relacionadas ao fato de que a taxa de ocupação dos leitos estaduais não estava ficando abaixo de 70% por muitos dias. Além disso, o fato de que ela poderia não abaixar por causa do fechamento de leitos junto com a diminuição dos casos da doença em Goiás, também teve peso na decisão de incluir os leitos municipais na conta.
Já o número de mortes também vem caindo. A variação supera o valor estipulado para o retorno. A exigência é uma queda de pelo menos 15% ao longo de quatro semanas epidemiológicas consecutivas, excluindo a semana imediatamente anterior à que o cálculo está sendo feito. No início deste mês, a redução girava entre 15% e 25%. Agora, ela está em um porcentual maior: em torno dos 30%, sendo que, com base nos dados disponíveis no Painel da Covid-19 desta segunda-feira, comparando as últimas quatro semanas com as quatro semanas anteriores, a queda estava em 37,37%.
Atraso
Entretanto, o dado deve sofrer mudanças e correções por conta do atraso no registro de óbitos. “Por causa desse atraso, avaliamos a média das quatro semanas anteriores excluindo a última. Justamente por causa desse delay também nos apoiamos em quando a morte aconteceu e não quando ela foi registrada. Assim, conseguimos tomar uma decisão mais acertada”, esclarece Flúvia. Segundo ela, de acordo com os dados da última reunião do COE, as últimas três semanas apresentaram queda sustentada acima de 15%. “Precisamos analisar os dados desta última semana para ver se conseguimos chegar no combinado de quatro semanas consecutivas com queda para a liberação das aulas”, explica. De acordo com ela, apenas se houver uma explosão de casos repentina é que o número deve sair da tendência. “O que vemos é uma diminuição de casos, mortes e internações. Entretanto, precisamos aguardar a quarta-feira para fazermos esta análise completa e de forma consistente”, pontua.
No último dia 15, o COE definiu que apenas 25% dos alunos com mais de seis anos de idade matriculados nas escolas, sejam públicas ou privadas, poderão participar das aulas presenciais, caso o retorno seja liberado. Os outros alunos terão de ser atendidos pelo modelo híbrido de ensino e continuarão a participar de forma remota. As escolas que adotarem o revezamento de estudantes não poderão realizar isso com menos de 15 dias, que é o período necessário para fazer um monitoramento mais atento de casos da doença que venham a surgir.
O presidente do Conselho Estadual de Educação (CEE) e do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino de Goiânia (Sepe), Flávio Castro, explica que a expectativa entre a classe para que a liberação do retorno às aulas ocorra na próxima reunião do COE é grande. “Já estamos nos preparando para isso. Todo mundo está aguardando”, enfatiza.
Castro também conta que o Sepe tem fornecido capacitação para todos os estabelecimentos associados que pretendem participar do retorno das aulas presenciais. “Estamos esperando o aval estadual, mas já estamos oferecendo reuniões e proporcionando encontros para que essas escolas consigam se adaptar e se adequar a todas as exigências feitas pelo COE”, diz. Ele conta que o sindicato tem contado com a ajuda do poder público neste processo. “Eles estão nos mostrando como fazer um atendimento para as crianças e também como cuidar dos nossos profissionais da educação. Tudo tem sido feito no sentido de que as escolas estejam prontas para executar as atividades com excelência”, finaliza.
Fonte: O Popular
Foto: Divulgação
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