21 de novembro de 2024

Foto: Alex Alves - Portal Panorama

A antecipação tem caráter excepcional para a safra 2020/21 e não altera o prazo limite para o plantio da soja, que permanece até 31 de dezembro...

Os produtores de Goiás poderão, pelo segundo ano consecutivo, iniciar a semeadura de soja a partir de 25 de setembro. A autorização da Agrodefesa (Agência Goiana de Defesa Agropecuária) foi publicada no Diário Oficial desta terça-feira (18), por meio da Instrução Normativa (IN) 007/2020. A antecipação tem caráter excepcional para a safra 2020/21 e não altera o prazo limite para o plantio da soja, que permanece até 31 de dezembro.

A alteração atende a uma demanda conjunta da Faeg (Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás), da Aprosoja-GO (Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás) e da Agopa (Associação Goiana dos Produtores de Algodão), que foi apresentada em 2019 e renovada este ano.

“Essa é uma importante medida para o setor produtivo, que vai contribuir para maior tranquilidade no plantio da segunda safra. Cabe salientar que a preocupação com a sanidade da cultura no Estado é a prioridade, sendo assim, há um comprometimento das entidades, juntamente com a Agrodefesa, em avaliar anualmente o impacto dessa alteração”, destaca o presidente do Sistema Faeg/Senar e deputado federal, José Mário Schreiner.

Para a Aprosoja-GO, essa nova antecipação vai conciliar as diferentes necessidades dos produtores associados com a responsabilidade de manter a vigilância sobre a disseminação da ferrugem asiática no Estado. “Na safra passada (2019/20) não tivemos problemas de ferrugem asiática. Os primeiros focos da doença apareceram com as lavouras em fase final de maturação, então não sofremos impacto por ter antecipado o plantio em 6 dias”, conta o presidente da entidade, Adriano Barzotto.

Ele afirma que nesse segundo ano será possível avaliar melhor se realmente a antecipação da semeadura de soja não afeta a cultura no Estado. “Vamos acompanhar mais uma safra pra ver o que podemos trazer de melhorias para o sistema produtivo de Goiás como um todo, compreendendo as necessidades dos nossos colegas irrigantes e dos que plantam algodão. Talvez a gente possa avançar e até antecipar um pouco mais no ano que vem.”

Barzotto destaca que a medida também atende aos produtores que queiram começar o plantio após receberem as primeiras chuvas, ainda no final de setembro. Vale lembrar que até a safra 2018/19, o vazio sanitário da soja em Goiás terminava em 30 de setembro e o plantio da oleaginosa só era permitido após essa data. Atualmente, dentre os Estados vizinhos, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais podem iniciar a semeadura de soja em 16 de setembro, enquanto Tocantins, Distrito Federal e o oeste baiano estão liberados a plantar a partir de 1º de outubro.

Produtividade do algodão

A possibilidade de ter iniciado o plantio de soja em 25 de setembro, no ano passado, refletiu em maior produtividade nas lavouras de algodão que foram colhidas em meados deste ano. “Por mais que a antecipação tenha sido somente de uma semana, os produtores da região Sudoeste de Goiás que plantaram em sequeiro colheram 30 a 40 arrobas a mais de algodão na segunda safra”, informa o presidente da Agopa, Carlos Alberto Moresco.

Como a formação da fibra do algodão é muito suscetível ao frio, Moresco explica que o plantio antecipado da soja permite, na sequência à colheita da oleaginosa, instalar as lavouras de algodão mais cedo, evitando em parte as temperaturas mais baixas que afetam a cultura. “Se plantamos um pouco mais cedo, podemos obter uma boa diferença em volume de produção”, afirma, ressaltando que essa medida foi muito importante para a cotonicultura goiana.

Fonte: Ifag, Aprosoja Go e Agopa
Foto: Alex Alves – Portal Panorama
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