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Aquisição de equipamentos essenciais para aumentar o número de leitos de atenção a pacientes com o novo coronavírus em Goiás esbarra na baixa oferta de equipamentos e preços elevados no mercado. Estas centenas de equipamentos são necessários para garantir a promessa do governo de Goiás de oferecer leitos de UTI exclusivos para a Covid-19 em Jataí...

Após dois meses de pandemia, Goiás ainda não conseguiu comprar 300 respiradores, 250 monitores e 250 camas para criar novos leitos exclusivos para pacientes com o novo coronavírus (Sars-CoV-2) em nove cidades. Falta de qualidade de produtos oferecidos, demanda alta no mercado e exigência de pagamento antecipado por parte dos fornecedores impediram aquisições até o momento . Sem estes equipamentos, novos hospitais estão impossibilitados de abrir leitos críticos, de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Estas centenas de equipamentos são necessários para garantir a promessa do governo de Goiás de oferecer 269 leitos de UTI exclusivos para a Covid-19 distribuídos em Goiânia, Porangatu, Águas Lindas, São Luís de Montes Belos, Formosa, Jataí, Luziânia e Itumbiara. Também são previstos centenas de leitos de enfermaria.

Deste total, até o momento há 31 vagas de UTI para coronavírus no Hospital de Campanha de (HCamp) de Goiânia, sendo que 18 estavam ocupadas na tarde de nesta segunda-feira (11). O Hospital de Urgências de Anápolis também passou a ter 15 leitos de UTI dedicados para Covid-19 e outras unidades recebem pacientes com o vírus que estão com outras doenças mais agravadas.

No dia 16 de abril, foi publicado um chamamento para a compra dos respiradores, monitores e camas. No entanto, muitas das propostas de compra foram invalidadas pela equipe técnica da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO), porque os equipamentos não tinham o desempenho necessário, segundo o coordenador do Comitê Intersecretarial, Pedro Henrique Ramos Sales.

Além disso, os valores eram muito altos e deveriam ser pagos de forma antecipada, risco que o Comitê, responsável por estas compras, não queria correr. Uma medida provisória (MP) que regulamenta o pagamento antecipado mudou esta posição do Estado.

As camas elétricas e os monitores multiparamétricos serão adquiridos na modalidade de licitação pregão. Já para a compra dos respiradores deve ser aberto um novo chamamento nesta terça-feira (12). A diferença na forma de compra é porque há mais oferta para a compra de camas e monitores do que para respiradores, segundo Pedro Sales.

O coordenador do Comitê contextualiza que há uma dificuldade no mercado para a abertura de leitos devido ao grande aumento da procura e pouca oferta. “Todas as capitais estão precisando ampliar sua rede de atendimento. Este não é um mercado muito grande no Brasil, não temos um leque de fornecedores muito vasto. Gerou um surto de demanda com baixa oferta. Aí, qualquer mercado dentro do capitalismo: se tem surto de demanda com pouca oferta, triplica o preço”, explica Pedro Sales.

O preço de um ventilador mecânico, que era de cerca de R$ 45 mil antes da pandemia de coronavírus, chega a custar R$ 150 mil e até R$ 200 mil, segundo o coordenador do Comitê. “Respirador está muito difícil de conseguir”, declara. Ele explica que para fechar uma compra será necessário avaliar vários fatores como o tempo para a entrega, a qualidade do produto e o valor.

O secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino, explica que estes novos respiradores que ainda não foram adquiridos são essenciais para montar os leitos de UTI dos novos hospitais de campanha. “Mas os HCamps não precisam necessariamente de ventiladores para entrar em funcionamento. A grande maioria dos pacientes que interna, cerca de 85%, só precisam de leito de enfermaria, não precisam de leito de UTI.”

Segundo Ismael, há cerca de 30 respiradores no HCamp de Goiânia que ainda serão usados para abrir novos leitos conforme a demanda. Além disso, há a expectativa para 26 equipamentos comprados, mas estão confiscados no Ministério da Saúde (MS), além de dez outros que serão enviados pelo órgão federal. Além destes, dez equipamentos foram consertados em parceria com o Instituto Federal de Goiás, Universidade Federal de Goiás e Senai foram recebidos nesta terça-feira.

Definida administração de dois novos hospitais

A Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) definiu as entidades que vão administrar os hospitais de campanha de Jataí e de Formosa, Entorno do Distrito Federal (DF). As unidades vão ter leitos exclusivos para pacientes com o novo coronavírus (Sars-CoV-2).

A Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (Fundahc) vai administrar o HCamp de Jataí. Já a Organização Social (OS) Instituto de Medicina e Diagnóstico (Imed) foi escolhida para gerir o HCamp de Formosa.

Atualmente, a Fundahc é responsável pela administração do Hospital e Maternidade Célia Câmara, que é o Hospital de Campanha municipal de Goiânia. O convênio com a Fundach para administrar o HCamp de Jataí é de R$ 6,75 milhões e não tem tempo definido.

Já o contrato com o Imed para administração do HCamp de Formosa é de seis meses no valor de R$ 3,69 milhões. A entidade que vai administrar o HCamp de São Luís de Montes Belos ainda será definida. Os três hospitais, de São Luís, Formosa e Jataí foram estadualizados.

Fonte: O Popular
Jornalismo Portal Panorama
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