16 de dezembro de 2024
Procon multa Enel em R$ 10,2 milhões por problemas em contas de luz

Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

Aumento é de 2,53% aos consumidores residenciais; para indústrias e grandes comércios que utilizam a alta tensão, reajuste médio será de 6,63%...

A energia elétrica vai ficar mais cara em Goiás a partir de amanhã, dia 22. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou ontem o reajuste tarifário da Enel Distribuição Goiás, que atende cerca de 3 milhões de unidades consumidoras localizadas em 237 municípios do Estado. Para os consumidores residenciais, o aumento será de 2,53%. Já os usuários da rede de baixa tensão terão um reajuste médio 3,36%, enquanto o aumento será de 6,63% para a alta tensão, com um efeito médio de 4,28% para o consumidor.

De acordo com a Aneel, os impactos que ocasionaram o reajuste vieram, principalmente, dos custos dos encargos setoriais, de transmissão e da aquisição de energia, com destaque para a compra da Usina de Itaipu, que é precificada em dólar. A agência afirma que o empréstimo da Conta-Covid ajudou a amenizar o impacto sobre os índices que serão aplicados nas contas dos consumidores goianos a partir de 22 de outubro, data de aniversário da concessão, em -7,84%.

A Enel informa que os clientes residenciais, que pagavam R$ 0,533/kWh na conta de energia, a partir do dia 22 passarão a pagar R$ 0,547/kWh. A empresa ressalta que o reajuste para estes consumidores, que correspondem a mais de 85% de todos os clientes da Enel Goiás, ficou abaixo da inflação do período pelo IPCA, que foi de 3,14%. Os consumidores de baixa tensão são indústrias e comércios de pequeno porte, como açougues e panificadoras, enquanto os de alta tensão são grandes indústrias e comércio de maior porte.

O responsável pela Regulação da Enel Distribuição Goiás, Ilídio Coutinho, explica que os consumidores começarão a sentir o impacto do reajuste nas contas recebidas nos próximos dias, de acordo com a data da medição. Se a medição for feita no dia 24, por exemplo, já terá dois dias de impacto do aumento. “O consumidor só sentirá o reajuste total quando já tiver consumido 30 dias de energia dentro da nova tarifa”, completa. Vale lembrar que, por conta da pandemia, a cobrança de energia ainda está sob bandeira verde, sem acréscimos. Se houver mudança para a bandeira amarela, em novembro, o custo subirá mais.

“A cada R$ 100 faturados, somente R$ 18,70 ficam com o distribuidor para operar, manter e realizar os investimentos que a concessão precisa”, ressalta Ilídio. Segundo ele, os investimentos na rede de distribuição, estimados em R$ 800 milhões anuais, são importantes porque a antiga Celg investiu muito aquém da necessidade da demanda. A Enel informa que de fevereiro de 2017 a setembro de 2020, o DEC (duração das interrupções no fornecimento) caiu cerca de 10 horas, um avanço de 34,5%. Já o FEC (frequência de interrupções) melhorou 48% no mesmo período, uma redução de 9 vezes na frequência média.

O executivo da Enel alega que somente a compra de energia de Itaipu teve um aumento de 32% por causa da variação cambial. De acordo com ele, a tarifa da companhia, mesmo reajustada, se mantém abaixo da média atual das tarifas residenciais das 53 distribuidoras do País, que é de R$ 0,576/kWh. A recomendação é que os usuários adotem hábitos que ajudem a economizar energia e a reduzir o valor das faturas.

Para o presidente da Associação Brasileira dos Consumidores de Energia Elétrica e Utilidades, José Reis, causa estranheza o fato de os reajustes terem sido negativos no ano passado e, este ano, mesmo com os R$ 16,1 bilhões liberados para as distribuidoras de energia, na chamada Conta-Covid, e com o represamento da demanda, o reajuste ter sido positivo. Ele lembra que esta conta já será paga por todos os consumidores de energia. “O aumento foi muito alto, principalmente para as empresas, que passaram por um momento muito difícil e ainda estão sem caixa. Se já teremos que pagar isso, qual a razão para as indústrias serem tão sacrificadas?”, questiona José Reis.

Fonte: O Popular
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