As dietas anti-inflamatórias estão em alta! Esse tipo de dieta consiste em basicamente excluir alguns grupos de alimentos considerados “inflamatórios” e incluir alimentos anti-inflamatórios...

A coluna de hoje tem caráter de alerta e não de polêmica. As dietas anti-inflamatórias estão em alta! Esse tipo de dieta consiste em basicamente excluir alguns grupos de alimentos considerados “inflamatórios” e incluir alimentos anti-inflamatórios. Mas, será que uma dieta é capaz de “desinflamar” o corpo?

Bem, para começarmos essa discussão se faz necessário esclarecer alguns conceitos. Em primeiro lugar, é importante entender que a inflamação é um processo natural e importante para o corpo, pois é por meio dela que nosso corpo combate infecções por vírus e bactérias e outros fatores. Ela avisa as células do sistema imune que tem algo de errado e as recruta para “consertar” o problema. Esse tipo de inflamação tem caráter de proteção e é classificada como inflamação aguda, ou seja, tem início, meio e fim.

O problema da inflamação é quando ela tem caráter crônico, ou seja, ela é contínua. Um exemplo dessa condição é a resistência à insulina que é um quadro que faz com que a glicose esteja sempre muito mais elevada que o normal no sangue o que faz recrutar as células de defesa constantemente. Outra condição é o excesso de gordura corporal que faz com que as células adiposas produzam o que chamamos de citocinas inflamatória que aumentam a inflamação no corpo e também ocorre de forma constante. Nesses casos, classificamos como inflamação crônica de baixo grau.

A inflamação crônica (aquela que deve-se evitar) tem diversas causas e apenas comer alimentos que possuem propriedades anti-inflamatórias pode não resolver o problema se não vier acompanhado de outras mudanças e condutas. Algumas doenças de caráter inflamatório pode, inclusive, exigir o tratamento com medicação, principalmente nos momentos de crises.

Outro ponto importante a se falar é em relação aos laticínios e ao glúten que normalmente são excluídos dessas dietas. A restrição ou exclusão dos mesmos devem ser baseadas em diagnósticos prévios feito por médicos por meio de exames e avaliações que indicarão se para aquela pessoa o consumo deles é prejudicial ou não. Do contrário, esses grupos alimentares podem fazer de uma dieta saudável.

Não estou dizendo que alimentos anti-inflamatórios não têm sua função, mas sim que deve-se ter um olhar mais profundo e menos simplista. Tratar a inflamação envolve várias ações. Por exemplo, no caso de pessoas com obesidade, a raiz do problema é o excesso de gordura, portanto, emagrecer é a solução para essa condição, e, para resolver isso, além de uma alimentação equilibrada, são necessárias outras medidas como pratica de exercícios físicos e a correção de hábitos prejudiciais.

No caso de outras doenças que causam inflamação, pode ser que haja a necessidade de medicação. Resumindo, o que resolve o problema é conhecer a origem da inflamação por meio do diagnóstico adequado e tratá-la de forma específica. Ah, e se você quer prevenir inflamações, não será um shot anti-inflamatório que fará isso por você, mas sim a construção e manutenção de hábitos saudáveis como um todo. Lembre-se que um ou outro alimento anti-inflamatório não é capaz de compensar toda uma gama de hábitos ruins.

(Jordana Araújo é nutricionista com foco comportamental e especializada em nutrição esportiva pela Unesp)

Por Jordana Araújo
Foto: Reprodução
Jornalismo Portal Panorama
panorama.not.br

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