Dezembro Verde e o abandono de animais no fim do ano
Durante o período de festas de fim de ano, viagens e confraternizações se tornam mais frequentes. Nesse contexto, também cresce o número de animais abandonados. Principalmente, cães e gatos sofrem com essa prática. Por isso, desde 2015, ocorre a campanha Dezembro Verde, que reforça a conscientização contra o abandono e os maus-tratos.
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Além disso, a iniciativa busca sensibilizar a população sobre a guarda responsável. Dessa forma, a campanha chama atenção para os impactos do abandono, que costumam se intensificar no fim do ano.
Data simbólica fortalece a defesa dos direitos dos animais
A escolha do mês de dezembro não ocorre por acaso. Isso porque, no dia 10 de dezembro, celebra-se o Dia Internacional dos Direitos dos Animais. Assim, a data reforça a importância de promover o bem-estar animal em nível global.
Ao mesmo tempo, o período funciona como alerta para práticas impulsivas. Especialmente, presentes sem planejamento contribuem para o abandono após as festas.
Guarda responsável evita o abandono
Segundo a presidente da Comissão Nacional do Bem-Estar Animal e do Conselho Federal de Medicina Veterinária, Rosângela Ramalho, a guarda responsável deve ser prioridade. De acordo com a especialista, ao acolher um animal, o tutor assume um compromisso permanente.
Nesse sentido, Rosângela destaca que o animal necessita de acompanhamento veterinário, alimentação adequada e afeto. Portanto, abandonar um pet representa uma quebra grave desse vínculo. Para ela, a responsabilidade se compara ao cuidado com um filho.
Políticas públicas reduzem casos de abandono
Além da conscientização individual, Rosângela Ramalho defende ações efetivas do poder público. Entre elas, a castração em larga escala reduz o número de crias indesejadas. Da mesma forma, a implantação de microchip e o registro dos animais dificultam o abandono.
Consequentemente, a fiscalização e a aplicação de multas inibem práticas ilegais. Enquanto isso, a criação de centros de acolhimento permite retirar animais das ruas e encaminhá-los à adoção.
Venda clandestina intensifica o problema
Outro fator relevante é o comércio ilegal de animais. Frequentemente, vendedores oferecem pets em feiras clandestinas ou porta-malas de veículos. Depois disso, muitas pessoas abandonam esses animais após o período festivo.
No Distrito Federal, no entanto, medidas mais rigorosas ajudam a combater essa prática. Segundo a presidente da Confederação Brasileira de Proteção Animal, Carolina Mourão, a legislação proíbe a venda de animais em vias públicas e feiras.
Além disso, não existe regulamentação que autorize a venda de filhotes em lojas. Atualmente, quem comercializa animais de forma irregular pode receber multa de R$ 10 mil, aplicada ao CPF do vendedor.
Abandono é crime e gera punições severas
Por fim, o abandono de animais provoca sofrimento intenso e, muitas vezes, resulta em morte. Dessa maneira, a prática configura crime ambiental e também se enquadra na Lei Sansão.
Com isso, a legislação prevê penas de dois a cinco anos de reclusão, além de multa e proibição da guarda. Caso o animal morra, a lei estabelece punições ainda mais severas.
Por Gessica Vieira
Foto: Reprodução
Jornalismo Portal Pn7
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