22 de novembro de 2024
Não existe carro perfeito, mas estes têm poucos mistérios e possíveis defeitos mais fáceis e baratos de serem solucionados.

Decifrar o passado de um carro usado para entender os defeitos que já teve e prever os próximos é um desafio e tanto. Mas isso pode ser facilitado quando a busca é por um carro que não tem histórico de defeitos.

Sim eles existem. A seguir, separamos 10 carros usados reconhecidos por não dar dor de cabeça aos seus proprietários e por suportar bem as árduas condições de uso brasileiras.

É claro que não existe carro perfeito, mas estes têm poucos defeitos e os que costumam apresentar são facilmente notados, dificilmente podem ser maquiados e não costumam custar caro para serem solucionados.

Fiat Palio Fire

Divulgação/Fiat

O Fiat Palio era um carro moderno quando foi lançado no Brasil, já em 1996. Tinha airbags, uma variedade de motores 16V, chave codificada, zonas de deformação programada e até rádio integrado ao painel, um luxo naqueles tempos. Mas conforme os anos foram passando o Palio foi ganhando versões mais simples, ao mesmo tempo que teve seu projeto evoluído e validado em vários aspectos.

Divulgação/Fiat

Independente do ano do modelo, um Fiat Palio Fire será um carro simples (com sorte, terá ar-condicionado, direção hidráulica e vidros elétricos dianteiros), porém robusto. O motor 1.0 Fire, lançado no Brasil em 2000, é robusto e barato de manter. É preciso ficar atento apenas à limpeza do corpo de borboleta (TBI): sujeira obstrui o sensor de pressão e o carro perde força.

Também é importante acompanhar o desgaste das velas, o estado das bobinas e dos cabos de vela.

Hyundai HB20

Faz 10 anos que o Hyundai HB20 foi lançado no Brasil e não houve grandes alterações mecânicas até hoje, especialmente nas versões 1.0. Por sinal, este foi o primeiro três cilindros 1.0 flex e tem baixo consumo de combustível e entrega bom desempenho. Além disso, por ser um carro fabricado apenas no Brasil, a maioria das peças tem preço na média do segmento.

Hyundai foi multada pelo Procon-SP descumprir o artigo 18 do Código de Defesa do Consumidor Christian Castanho/Quatro Rodas

Não é um carro totalmente à prova de defeitos, porém. Há muitos relatos de imprecisão no marcador de combustível, defeito na bobina de ignição que faz o motor falhar e especialmente para o comportamento da suspensão traseira, que nos primeiros anos arriava com o carro cheio e fazia a suspensão chegar ao fim de curso com o Hyuyndai em movimento.

Toyota Etios

Versão XS se diferencia da X pelo motor 1.5, multimídia e piloto automático Christian Castanho/Quatro Rodas

Não é bonito, mas é um Toyota e isso por si só justifica a boa fama do Etios. Foi um carro criado para ser simples e barato, mas não abriu mão da confiabilidade para alcançar seus objetivos. Só da beleza, mesmo.

Motor 1.3 16V tem 98 cv e 13,1 mkgf Christian Castanho/Quatro Rodas

As principais reclamações do Toyota são de defeitos bobos, como barulho no acabamento e na suspensão, que pode ser resolvido com a troca dos embuchamentos. Há problemas de desgaste prematuro da embreagem, mas apenas nas unidades fabricadas entre 2012 e 2015, quando trocou o acionamento por cabo pelo sistema hidráulico.

Toyota Yaris

Em versão hatch e sedã, o Yaris tem opção dos dois motores do Etios Christian Castanho/Quatro Rodas

O Toyota Yaris goza das mesmas qualidades do Etios. Afinal, é baseado na mesma plataforma e usa os mesmos motores 1.3 e 1.5 flex. Mas é mais bonito, equipado e moderno.

A maioria das reclamações são cosméticas, relacionadas ao desgaste do volante e quebra da capa do motor. Um defeito mais notável está relacionado a falha no alternador, levando a pane elétrica. Mas não é algo que chegue a ser crônico.

Chevrolet Onix (primeira geração)

Christian Castanho/Quatro Rodas

Vendida no Brasil entre 2012 e 2021, a primeira geração do Chevrolet Onix provou ser um carro robusto e econômico nos últimos 10 anos e isso o torna um dos carros com melhor revenda entre os usados. O mais importante é que basta escolher bem para comprar um bom Onix.

Isso porque há muitas unidades do Chevrolet que ou foram de locadora ou foram usados por motoristas de aplicativo. Ou seja, são carros mais rodados e submetidos a situações nem sempre ideais. Mas o carro, em si, não é problemático.

Porta-malas traz sempre 280 litros Christian Castanho/Quatro Rodas

Há de se ficar atento, porém, em desgaste precoce do atuador da embreagem, que acaba endurecendo o pedal, e também em ruídos no sistema de direção hidráulica (unidades 2012 a 2016). Os motores quatro cilindros 1.0 e 1.4 são da longeva Família 1, porém modernizados com direito a uma bobina por cilindro, e não têm problemas crônicos.

Hyundai Creta

Creta Pedro Bicudo/Quatro Rodas

Talvez o mais caro da lista, o Hyundai Creta continua sendo uma excelente compra no mercado de usados mesmo quando o espaço interno e o pacote de equipamentos está em segundo plano. Por sinal, foi um dos carros mais robustos que já passaram pelo nosso teste de Longa Duração.

É preciso, porém, ficar atento ao funcionamento do ar-condicionado (o selo do compressor pode ser rompido e o sistema deixa de funcionar) e a barulho semelhante ao de uma máquina de costura no motor 1.6: é sinal de que o variador de fase perdeu o sincronismo das válvulas e esse conserto pode superar os R$ 10.000.

Renault Logan/Sandero/Duster 1.6 MT (primeira geração)

É uma escolha um tanto específica, mas desta forma elimina-se o baixo desempenho do motor 1.0 e também o câmbio automático de quatro marchas. E também a segunda geração, que teve problemas de desaparecimento do óleo do motor 1.6 16V fornecido pela Nissan – que passou a equipar o Duster em 2017.

Marco de Bari/Quatro Rodas

Os primeiros Sandero e Logan (de 2006 a 2013) usaram apenas motores Renault: o 1.6 8V Hi-Power e o 1.6 16V (único disponível no Duster). É preciso cuidado especial com o estado da correia dentada e de seu tensionador: caso ela se rompa, os danos nas válvulas vão exigir retífica do cabeçote. O problema pode ocorrer tanto no 1.6 16V (pelo ângulo de trabalho das válvulas) como no 1.6 8V Hi-Power (pela taxa de compressão mais alta). Chiados estranhos indicam o problema, que pode estar nas polias.

Na compra, atenção ao engate das marchas, que tem que ser suave e preciso ou é provável que os coxins da transmissão estão rompidos. Barulho ao rodar é indício de folgas no conjunto de suspensão e direção. É importante pedir a um mecânico para conferir a pressão dos cilindros, devido à carbonização no motor.

Nissan Versa

Um bom carro que acabou caindo no gosto dos motoristas de aplicativo e, por isso, é importante estar atento à quilometragem e ao estado de conservação dos Nissan Versa disponíveis. O desgaste da espuma do banco traseiro é o melhor indicador de um passado nos aplicativos de transporte.

Um problema crônico e já abordado na seção Autodefesa é o desgaste do revestimento do volante. Atente a trepidações nas arrancadas (indício de desgaste da embreagem) e ao engate de todas as marchas, especialmente a ré e a quinta: em alguns casos o trambulador pode apresentar problemas. Na suspensão, observe se há vazamentos nos amortecedores e o estado de batentes, buchas e bieletas. Ruídos anormais são indícios de que esses componentes chegaram ao fim da vida.

Volkswagen Up!

A fama de ser econômico e ter uma estrutura robusta e segura fazem o Volkswagen Up! ser um carro procurado (e valorizado) no mercado de usados. Seu motor três-cilindros 1.0 12V não tem tantos mistérios, pois foi compartilhado com Fox, Gol e segue vivo no Polo.

Mas o maior ponto de atenção do Up! está justamente no motor. Uma falha na junta de vedação da bomba d´agua, integrada à carcaça da válvula termostática, causa vazamentos do fluido de arrefecimento. Confira também o estado da correia responsável pelo seu acionamento.

Outro problema crônico em carros com mais de 50.000 km é uma leve trepidação do pedal de embreagem, por falta de lubrificação no eixo que aciona o sistema hidráulico da embreagem. Mas só vale à pena mexer nisso quando for trocar a embreagem. Trepidação nos freios, porém, é indício de empenamento dos discos.

No caso das versões TSI, é importante atentar ao passado do carro. Ele pode ter sido remapeado para ter mais potência. Além disso, os primeiros TSI têm relatos de vazamento de óleo na turbina, devido a uma falha no retentor. O problema já foi relatado na seção Autodefesa. Fuja de turbinas que foram modificadas.

Honda Fit (segunda geração)

O Honda Fit é daqueles carros que não acabam. Basta ver a quantidade de carros da primeira geração (2003 a 2008) que ainda estão rodando pelo Brasil em excelente estado. Mas vamos nos ater aos carros da segunda geração, fabricados até 2014.

Como na maioria dos japoneses, o Fit usa tuchos sólidos para acionar as válvulas, exigindo atenção especial. Válvulas com folgas irregulares apresentam ruídos e comprometem o consumo e o desempenho. O plano de revisões da Honda contempla ajuste dos tuchos a cada 40.000 km. A troca do óleo do câmbio automático deve ser feita a cada 80.000 km.

Por ser firme e de curso curto, vale a pena conferir o estado da suspensão, especialmente das buchas, batentes e amortecedores, que podem estar sem ação e ter vazamentos.

Fonte: Quadro Rodas
Foto: Christian Castanho/Quatro Rodas
Jornalismo Portal Panorama
panorama.not.br

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