A paralisação das exportações de carne bovina para a China, que já completa dois meses, é o principal fator de estabilização em baixa do preço da carne em Goiás. Conforme o Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas no Estado de Goiás (Sindiaçougue), que já havia apontado uma queda de 12% em média no preço de cortes bovinos em outubro, essa tendência deve continuar enquanto perdurar o embargo chinês.
Segundo o presidente do Sindiaçougue, Silvio Yassunaga, se por um lado as exportações paralisadas representam uma queda no preço da carne vendida no açougue, por outro isso implica em perdas para o produtor. “A baixa está sendo bancada por um prejuízo muito grande para o produtor. Se acontece um prejuízo numa parte da cadeia [de produção], isso reflete lá na frente”, disse.
Yassunaga afirma não ter notado novas quedas no preço do quilo da carne em relação a outubro, mas sim uma estabilização. O preço médio do quilo de alguns cortes como alcatra e contrafilé, por exemplo, caiu de R$ 44,90 para R$ 39,90 no mês passado – redução de mais de 11% -, e assim continuam em razão da exportações paradas.
“Essa queda nos preços é só por causa disso, das exportações interrompidas, e isso só deve durar enquanto essa paralisação continuar”, arremata.
Exportação de carne bovina no Brasil tem o menor volume em 3 anos
De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), analisados por pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), em outubro, o Brasil exportou 82,18 mil toneladas de carne bovina – o menor volume desde junho de 2018, quando uma greve de caminheiros impediu que cargas chegassem nos portos.
Os pesquisadores mostraram que é a primeira vez que as exportações brasileiras de carne bovina ficam abaixo de 100 mil toneladas, em pouco mais de três anos, resultado da suspensão das compras chinesas.
Fonte: Mais Goiás
Foto Capa: Agência Brasil
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