Cliente leva carro para trocar pneus e descobre cobrança de R$ 18 mil por serviços em Goiânia

Cliente leva carro para trocar pneus e descobre cobrança de R$ 18 mil por serviços em Goiânia

Uma consumidora de Goiânia será indenizada em R$ 23.192 após ser surpreendida com uma cobrança de R$ 18.400 por serviços automotivos que não autorizou. A decisão, publicada em 14 de outubro, condenou duas empresas do setor por prática abusiva, reconhecendo que a cliente havia solicitado apenas a troca de dois pneus.

De acordo com o processo, após deixar o carro em uma das lojas, a mulher foi informada, horas depois, por mensagens de que diversos reparos haviam sido executados sem o seu consentimento. Entre os serviços estavam caster, desempeno da coluna dianteira, cambagem traseira, alinhamento traseiro, ajuste da caixa de direção, desempeno de roda e brunimento do pistão.

Ao retornar ao local, a cliente relatou ter sido ameaçada de ter o veículo retido caso não efetuasse o pagamento. Diante da pressão, quitou a fatura no cartão de crédito e posteriormente procurou a Justiça. Um laudo técnico apresentado durante o processo confirmou a realização de serviços não autorizados, a cobrança por procedimentos não executados e o superfaturamento de peças.

O documento apontou uma “disparidade notória” entre os valores cobrados e os preços de mercado. Em um dos exemplos citados, um terminal de direção foi adquirido por R$ 65 e revendido à cliente por R$ 589.

O juiz Vanderlei Caires Pinheiro, responsável pelo caso, condenou as empresas a restituírem R$ 17.192 por danos materiais e a pagarem R$ 6.000 a título de danos morais. Segundo a sentença, as empresas não conseguiram provar que a consumidora havia autorizado os serviços ou que eles eram realmente necessários.

Na decisão, o magistrado destacou que a conduta das lojas configura prática abusiva, proibida pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC). “A conduta das Rés causou à autora prejuízos que ultrapassam e muito o mero dissabor e merece reparação civil, na proporção adequada, para desestimular a prática do ilícito”, afirmou.

A mulher chegou a registrar Boletim de Ocorrência e tentou, sem sucesso, obter as notas fiscais por meio de notificação extrajudicial. O caso serve de alerta sobre a importância de exigir orçamentos detalhados e autorizações formais antes da execução de qualquer serviço automotivo.

Por Gessica Vieira
Foto: Reprodução
Jornalismo Portal Pn7

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Gessica Vieira

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