Da Redação do Portal PaNoRaMa
Algumas indústrias frigoríficas em Goiás suspenderam temporariamente a compra de bois após a confirmação de um caso da doença da vaca louca (Encefalopatia Espongiforme Bovina) no município de Marabá, no Pará. A decisão foi tomada por algumas unidades exportadoras de carne bovina para avaliar o comportamento do mercado nos próximos dias, diante da possibilidade de uma pressão sobre o preço da arroba do boi.
As exportações de carne para a China, principal compradora, foram suspensas nesta quinta-feira (23), seguindo protocolo sanitário oficial. O caso da doença foi confirmado pela Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) e o animal foi abatido e incinerado. Mas a confirmação do tipo da doença ainda depende do resultado de exames que serão realizados em laboratório de referência no Canadá.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse que as características e sintomas avaliados indicam a possibilidade de uma ocorrência atípica da doença, que surge de forma espontânea no animal e não tem risco de disseminação ao rebanho e ao ser humano. Mas os impactos econômicos já começaram a ser sentidos no mercado.
Algumas indústrias são mais afetadas porque trabalham mais com exportação, chegando a até 70% de vendas externas, além de atenderem mercados mais restritivos. Com certeza, estas plantas reduzirão sua produção e já discutem a possibilidade de dar férias coletivas. Compradores atacadistas já saíram das compras, o que deve pressionar o preço da arroba do boi, cuja cotação média já estava em R$ 245 nesta quinta-feira (23) em Goiás.
Para o presidente da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), Gilberto Marques Neto, a notícia caiu como uma bomba sobre o setor. Ele critica que a notícia foi dada de forma precipitada, sem antes avaliar a veracidade da informação e a devida confirmação do diagnóstico. Ele acredita que falta ao país uma certa cautela com relação à divulgação de questões sanitárias, diante da preocupação de outros mercados.