sarampo
Segundo Ministério da Saúde o reaparecimento da doença é um fenômeno global.

Foi anunciado esta semana que o Brasil irá perder o certificado de eliminação da doença, pelo Ministério da Saúde. Tal certificado foi concedido ao país no ano de 2016, pela Organização Mundial da Saúde, OMS.

Do dia 1° de janeiro até 19 de março de 2019, havia sido confirmados 28 casos de sarampo em dois estados do Brasil. 23 casos no Pará e 5 no no Amazonas. De acordo com o Ministério da Saúde, os casos estariam correlacionados à cadeia de transmissão iniciada em meados de fevereiro do ano passado.

Durante todo o ano de 2018, 10.327 casos da doença tinham sido confirmados: 9.803 no Amazonas; 361 em Roraima; e 79 no Pará. Já o pico da doença foi registrado em julho do mesmo ano, quando foi tomado conhecimento de 3.950 casos.

Baseado em dados do Programa Nacional de Imunização (PNI), a UNICEF aponta que, a partir de 2015, o percentual da população imunizada com a tríplice viral, para prevenir o sarampo, caxumba e rubéola, caíram exponencialmente.

O percentual de brasileiros vacinados em 2017, era de 85,2%. Apesar das baixíssimas taxas de cobertura, a dose contra o sarampo sempre esteve disponível nos postos de saúde. A vacinação contra a doença não visa atender somente as crianças, os adultos até 49 anos também precisam ser imunizados.

Segundo Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, SBIm, a perda do status de país livre do sarampo é um enorme retrocesso. “[…] Assinei muito atestado de óbito de crianças que morreram por sarampo, ver a doença voltar é, sem dúvida, um retrocesso que não precisa existir.” elencou Isabella.

Já  o Ministério da Saúde, ressalta  que o reaparecimento do sarampo é fenômeno global que atinge a Europa, Ásia e América. Três das cinco regiões que são monitoradas pela OMS.

A Organização Mundial da Saúde recomenda, em geral, que ao menos 95% das populações sejam imunizadas. A razão que ocasionou a volta da doença, previamente exterminada, não é específica e várias vertentes são apontadas.

A dificuldade das famílias em imunizar as crianças em horário comercial é uma delas. Até mesmo o êxito do programa brasileiro de imunização, um dos mais reconhecidos do mundo, pode ter dado segurança demais e levado à diminuição dos cuidados com as vacinas.

Vale ressaltar que o sarampo é muito contagioso, mais do que o ebola e tuberculose. Causado por um vírus, tal doença acarreta um quadro infeccioso gravíssimo. É transmitida pela fala, tosse ou espirro.

Febre alta, dor de cabeça, manchas vermelhas e brancas, coriza e conjuntivite são os sintomas. Segundo a OMS não há tratamento específico mas costuma ser dado aos pacientes doses de vitamina A, hidratação e suporte nutricional. Apenas gestantes e aqueles com imunidade baixa não podem tomar a vacina.

Carolina Carvalho
Jornalismo Portal Panorama.

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