A avó e as duas netas que estavam desaparecidas há uma semana em Anápolis, a cerca de 55 km da capital goiana, foram encontradas na última quarta-feira (6/4), em uma cabana, às margens de um ribeirão, em região de mata fechada. Segundo a Polícia Militar (PM), uma das crianças teria contado que a avó tentava “fugir de um pai do mato”.
Isabella Silva Fernandes, de 11 anos, e de Julia Silva Fernandes, de 6, desapareceram com a avó materna, Tasmania Silva de Lucena Soares, de 45, na última quarta-feira (30/3), por volta das 11h.
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“Pai do mato”
De acordo com a Polícia Militar (PM), que participou do resgate da avó e das crianças, uma das netas teria dito que avó relatou estar fugindo de um “pai do mato”. A mulher teria falado que elas precisavam se esconder e que esse ser estaria ameaçando matá-las.
Essa teria sido a justificativa apresentada pela avó às crianças para fazer com que elas saíssem de Goianápolis, onde foram vistas pela última vez na semana passada, e se embrenhassem no mato. Também usou o mesmo motivo, conforme a neta, para pedir que as crianças ficassem em silêncio.
Já dentro da mata fechada, elas construíram um abrigo improvisado de folhas e passaram, ao menos, seis dias no local. Ali elas ficaram sem alimento, água tratada e sem fogo. Dormiram juntas debaixo do rancho de palha.
A neta mais velha foi encontrada por policiais militares caminhando às margens do ribeirão, sozinha. Ela estava com uma tesoura na mão e alegou que era para se proteger. A garota teria saído do acampamento improvisado em busca de ajuda e se deparou com os PMs.
O local tem mata tão fechada que os policiais tiveram que usar facões para abrir uma trilha para chegar até o local onde elas estavam abrigadas.
Após o resgate, a avó e as netas foram encaminhadas para o Hospital Municipal de Goianápolis, onde Tasmania já recebeu atendimento psiquiátrico, segundo a PM.
Tasmania estava tão debilitada que não conseguiu fazer qualquer declaração aos policiais no momento do resgate.
Debilitadas
A avó e as duas netas foram encontradas bastante debilitadas. Também apresentavam muitas picadas de insetos. Elas estavam sem alimentação há sete dias e estavam ingerindo água de um ribeirão próximo ao local em que foram localizadas, em Goianápolis, e a 26 km de Anápolis, de onde saíram na semana passada.
Segundo uma das crianças, elas ficaram escondidas em um milharal por um dia e, posteriormente, em uma cabana por cerca de seis dias. Logo após o resgate, as meninas pediram por água e comida e foram alimentadas pelos policiais.
Tanto as meninas, como a mulher precisaram de atendimento médico.
Assim que elas estiverem restabelecidas, a Polícia Civil tentará esclarecer as circunstâncias para que a avó tenha levado as duas netas pequenas para o meio do mato.
Conforme informações de familiares, Tasmania tem transtornos psicológicos e já passou por um quadro de depressão. Em uma oportunidade anterior, também teria passado um tempo sumida no mato até que foi localizada.
Por Laura Braga
Foto: Reprodução
Jornalismo Portal Panorama
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