Palácio das Abelhas, sede da Câmara Municipal de Jataí - Foto: Vânia Santana/CMJ

Com dois vereadores sob investigação do MP, hoje tem início a segunda temporada de sessões de Abril

Na manhã desta terça-feira (23), o advogado e analista político, Ayres Furquim Cabral, em entrevista à rádio local, falou um pouco sobre a atual situação da Câmara Municipal de Jataí.

Isso porque, nos últimos dias, dois vereadores estão sob investigação do Ministério Público por conta de acusações de improbidade administrativa por enriquecimento ilícito.

Um deles, João Rosa (PSDB) , já renunciou ao cargo. Enquanto o outro, o ex presidente da Câmara, Mauro Bento Filho (MDB), foi afastado de suas funções e pode ter o mandato cassado nos próximos dias.

Eu acredito que o que acontece na Câmara de Jataí é uma total falta de visão daqueles que praticam atos ilícitos, porque, sabe-se que o Brasil, há mais ou menos 4 anos, tem sido de uma forma ou de outra passado a limpo. E, pelo menos esses dois que foram afastados, definitivamente ou comprovadamente, estão ou eram praticantes de atos ilícitos continuados.

Isso é o total desacreditar no poder fiscalizador, no poder moral, das instituições brasileiras. Nossos vereadores acreditaram que seriam imunes a qualquer fiscalização. E mais preocupante ainda, depois de instalados os inquéritos, eles já tinham sido ouvidos e o crime continuou, ou seja, isso é muito grave. Não há amedrontamento.

Eu acredito que o que está acontecendo nada mais é do que a legitimidade do povo de dizer pra quem pratica crime com o dinheiro do povo ‘você está fora do jogo, saia’”, elencou o analista.

Quando perguntado sobre a possibilidade de outros vereadores serem investigados, acrescentou: “Há outros que estão sendo investigados, porque o Ministério Público não esconde isso. A Câmara como um todo está sendo investigada. Isso quer dizer que há indícios de que outros estão envolvidos. […] Talvez em tipologias criminais diferentes, mas que tem problema, tem.”

Tem se discutido amplamente a possibilidade de aumentar o número de vereadores na Câmara de Jataí. Sobre isso, Ayres afirmou: “Eu sou um dos maiores defensores que a Câmara de Jataí não mude o tamanho. Se nós estivéssemos com 19, estaríamos com vários problemas a mais do que temos.

Nós temos que analisar que o povo é o grande gestor de tudo isso. Veja, mudou, se não me engano, quatro vereadores nesta eleição. Jataí tradicionalmente mudava menos.

E os próprios vereadores não conseguiram entender que a população tinha dito: ‘olha, nós mudamos, quem nós não queremos, vamos tirar e vamos fiscalizar todo mundo.’ Está aí agora essa dificuldade, porque desrespeitaram a vontade de povo. E todo aquele que está errado deve ser afastado.”

O advogado também tirou dúvidas sobre os próximos passos do processo decorrente da investigação. “O simples indiciamento não implica em afastamento judicial. Temos que ver o que vai acontecer, grau de culpabilidade e uma série de outras coisas. Então não significa que o vereador perdeu o mandato, o que me preocupa é a força moral da Câmara.

Se ele for julgado em primeiro grau, ainda tendo faculdade do recurso, ele vai continuar exercendo o mandato. No caso específico do vereador Mauro Bento, o que deu a necessidade de afastamento foi que ele era presidente da Câmara, ou seja, não só ele cometeu atos errados dentro do gabinete como ele era o detentor de toda a capitalização financeira do Poder. Então, são casos diferentes.”

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Larissa Pedriel
Foto Capa: Vânia Santana
Jornalismo Portal Panorama
panorama.not.br

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