Por diversas vezes escondidas no organismo, as alergias alimentares são, na verdade, uma reação adversa a um determinado grupo de alimento envolvendo mecanismos imunológicos.

De refrigerante a bebidas lácteas, passando por chocolates, salgadinhos e barras de cereal. A bióloga Lidianne Alves Coelho precisou tirar muitos alimentos rotineiros da sua listinha do supermercado após descobrir que havia desenvolvido alergia aos industrializados. Em troca, aproveitou as mudanças nutricionais e se jogou em uma dieta à base de frutas, verduras e legumes.

Por diversas vezes escondidas no organismo, as alergias alimentares são, na verdade, uma reação adversa a um determinado grupo de alimento envolvendo mecanismos imunológicos. Os sintomas são variados, desde manchas na pele, até dores no sistema gastrointestinal e respiratório. Há ainda erupções cutâneas e suor excessivo, além de coceira dentro da boca ou no nariz.

No caso da bióloga, a alergia aos industrializados se deve à sensibilidade ao que é adicionado nos alimentos a fim de aumentar seu sabor ou prolongar a validade. “Toda vez que eu ingeria algo muito industrializado, como leite de caixinha ou refrigerante, surgiam marcas por todo o corpo. Foi quando descobri que era intolerante aos alimentos industrializados”, explica Lidianne.

A mudança de hábitos saudáveis e a substituição de alimentos foram alguns dos caminhos encontrados pela goiana para se desvencilhar das crises alérgicas. Nas compras de casa, por exemplo, Lidianne dá preferência aos legumes e verduras, além de alimentos mais naturais, como as carnes, ovos e cereais. “No mercado, preciso estar sempre atenta para não deixar entrar no carrinho nenhum industrializado”, comenta a bióloga.

Gravidade

O perigo é iminente e pode chegar a casos mais sérios, como o de Thaís Medeiros, de 25 anos, que cheirou uma pimenta em conserva em Anápolis e foi parar na UTI. A jovem chegou a ter um edema cerebral. Foram mais de dois meses de luta para que ela conseguisse sair da unidade intensiva. A goiana ainda hoje está internada na Santa Casa de Anápolis.

“Existe um perfil de paciente que tem uma predisposição genética maior para desenvolver alergias que nós chamamos de pessoas atópicas, geralmente herdadas do pai ou da mãe”, explica a médica especialista em alergia e imunologia pela Universidade de São Paulo (USP), Renata Parrode Bittar. “Uma das formas de manter o equilíbrio imunológico do organismo em relação às proteínas alimentares é elaborar uma dieta variada, equilibrada e evitar restrições desnecessárias”, completa.

A médica explica que não existe uma receita mágica para evitar as alergias. Um dos exemplos mais comuns é o camarão. “A pessoa pode ter comido camarão a vida inteira, mas o sistema imunológico foi feito para tolerar as proteínas alimentares. Pode ser que em um dia qualquer a imunidade reconheça essa proteína alimentar como vilã, e assim começa a reação alérgica”, diz.

No caso de Thaís Meideiro e da pimenta, a jovem já tinha bronquite e asma e sofria com crises alérgicas, chegando a ficar internada durante cinco dias com uma bactéria no pulmão. Há ainda o outro caso do influenciador Brendo Yan, de 27 anos, que morreu no último mês após ter uma reação alérgica a camarão em Natal (RN).

“Uma das chances de diminuir o desenvolvimento da alergia é manter uma alimentação saudável e variada”, sugere Renata. De acordo com a especialista, os hábitos alimentares diversificados precisam estar presentes desde o início da formação do sistema imunológico. “No período em que os bebês começam o processo de introdução alimentar, a partir de 1 ano, é necessário oferecer todos os alimentos que fazem parte da rotina da família”, reitera a médica.

Alergia versus intolerância alimentar

Evitar os usos de antibióticos durante a gestação e antes do primeiro ano de vida do bebê, além de manter o contato com a natureza, exposição aos animais, é algumas das dicas da médica alergista imunologista Bárbara Britto. De acordo com a especialista, o ideal é perpetuar a chamada “dieta mediterrânea”. “Trata-se de uma dieta que envolve o consumo de frutas e verduras em maior quantidade e o menor número possível de alimentos industrializados”, adianta.

Outra ressalva que Bárbara reitera é na relação entre a alergia e a intolerância alimentar. Apesar de terem sintomas parecidos e surgirem após a ingestão de algum alimento, são problemas diferentes, com causas e tratamentos distintos. “A alergia coloca em risco a vida do paciente. Já a intolerância é quando eu tenho a produção de alguma enzima em menor quantidade que quebra adequadamente aquele alimento”, explica a especialista.

Os sintomas da alergia variam de acordo com a idade. Testes cutâneos, exames de sangue e uma dieta de eliminação podem ajudar o médico a identificar o alimento que desencadeia a alergia. “O tratamento eficaz é eliminar o alimento da dieta”, ressalva Bárbara.

Fonte: O Popular
Foto: Reprodução
Jornalismo Portal Panorama
panorama.not.br

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.