A falta de chuva em algumas regiões de Goiás preocupa os produtores rurais. No sudoeste, que é a região que mais produz grãos no estado, como a soja, as chuvas não chegam em quantidade significativa e os prejuízos já começam a ser calculados.
Schreiner mostra a lavoura toda amarelada e sem vagens em Jataí (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Schreiner mostra a lavoura toda amarelada e sem vagens em Jataí (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

A falta de chuva em algumas regiões de Goiás preocupa os produtores rurais. No sudoeste, que é a região que mais produz grãos no estado, como a soja, as chuvas não chegam em quantidade significativa e os prejuízos já começam a ser calculados.

Em municípios como Rio Verde e Jataí, por exemplo, algumas pancadas isoladas foram registradas, mas há mais de 30 dias as plantações não recebem o volume de água necessário para o incremento da produção. As plantas que ainda deveriam estar verdes, acabaram amarelando antes do tempo de maturação.

Em uma fazenda, em Jataí, a lavoura tem plantas debilitadas por causa do forte calor e baixa umidade do solo. Com isso, as vagens, onde os grãos se formam, não se desenvolveram.

De acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), em todo o estado, as perdas por causa da estiagem já chegam a 10%. No entanto, em Jataí, por exemplo, o prejuízo pode chegar a 60%. “É um número bastante expressivo, que se convertido em quantidade de sacas deixadas de produzir, vai resultar em uma perda de R$ 77 milhões em arrecadação para o município”, disse o agrônomo Silomar Cabral.

O produtor rural Selvino Schreiner está desolado com a situação. Ele tem 110 hectares de soja plantados, que foram financiados pelo banco. Na área, esperava produzir 55 sacas por hectare, mas por causa do veranico a colheita deve render apenas 10 sacas. “Não sei como vou fazer para conseguir pagar o banco. Fiz investimentos aqui para melhor a produção, mas como vou quitar as dívidas agora?”, questiona o agricultor.

Em Rio Verde, município vizinho a Jataí, a situação não está diferente. A média de prejuízos na região, segundo o Sindicato Rural de Rio Verde, é entre 15% e 20%. Mas também existem casos de prejuízos em 60%. O engenheiro agrônomo Antonio Carlos Bernardes explica qual a média de chuva necessária para que os produtores possam recuperar as plantações. “Cinquenta mílimetros de chuva seriam suficientes. Mas a chuva na região sudoeste está, em média, de 15 milimetros”, disse.

Alguns produtores que fizeram financiamento com bancos, têm direito a um seguro. “Eles precisam acionar os agrônomos para que as perícias sejam feitas e os prejuízos possam ser analisados”, explicou Bernardes. Mas nem todos os agricultores possuem esse seguro e para eles resta arcar com as perdas.

De acordo com o Institito Nacional de Meteorologia (Inmet), existe previsão de chuva para os próximos dias na região. Segundo o agrônomo, a notícia leva esperança para que as áreas que continuam verdes sejam mantidas. “Quanto mais a chuva demora, o prejuízo é maior. Tomara que não sejam as chuvas espassas, que atingem apenas algumas regiões”, destacou.

Do G1/Goiás

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