
Mesmo com chamamento público, a Universidade Federal de Goiás (UFG) não preencheu todas as vagas disponíveis para o ano de 2015. São 942 vagas em aberto, o que equivale a 14,1% do total disponibilizado por meio do Sistema de Seleção Unificada (SiSU). Um dos cursos mais concorridos da instituição, Medicina ficou com uma vaga ociosa. Mas os cursos de licenciatura ainda são os que têm menos procura, especialmente nos campi do interior.
Dados divulgados pela UFG mostram a ocupação da universidade em Goiânia, Jataí, Catalão e na Cidade de Goiás. Em todas as cidades foram necessárias três chamadas e o chamamento público para confirmação de número maior de matrículas. Apenas em Goiânia houve o número de confirmações foi maior ainda na primeira chamada. Nas outras três cidades, a maioria das confirmações só ocorreu na última etapa de chamamento dos candidatos.
Em Goiânia, 42% das matrículas foram efetuadas na primeira chamada, o contrário do registrado nos campi do interior. Em Jataí, apenas 19,4% dos candidatos confirmaram na primeira oportunidade. Na Cidade de Goiás o número foi semelhante, 17,4%. Já em Catalão houve um número um pouco maior: 28,9%. Já no chamamento público, que foi a quarto processo aberto para confirmação de matrículas, realizado nos dias 16 e 17 de março, houve maior número de confirmações de matrículas no interior.
No chamamento público, apenas 23,8% dos candidatos confirmaram a matrícula em Goiânia. Já nas cidades do interior o número foi bem maior. Em Jataí, as matrículas dessa etapa correspondem a 40% do total. Número semelhante foi registrado na Cidade de Goiás, com 41,6%. Em Catalão o número foi 30,9%. O chamamento público faz parte das novas regras implantadas desde a adoção do SiSU pela UFG como forma de seleção de alunos. É um processo disponibilizado aos candidatos da lista de espera que não foram convocados em primeira, segunda ou terceira chamadas no processo de seleção em curso.
Dinamismo diferente
Pró-reitor de Graduação da UFG, Luiz Mello, explica que esse ano a UFG mudou a forma de ingresso aos cursos de graduação com a adoção de 100% do SiSU. Ele explica que assim surgiu um dinamismo para o preenchimento de vagas na graduação que não havia antes. Com as regras do SiSU, são previstas várias chamadas para matrícula dos candidatos. “Depois da Chamada Pública, a maior parte das vagas foram preenchidas de acordo com dados divulgados pelo Centro de Seleção da UFG. Mas a dificuldade de preenchimento de vagas em alguns cursos da instituição ainda permanece mesmo com a adoção do SiSU. Tradicionalmente os cursos de Licenciatura são os que apresentam menor procura”.
Contudo, o pró-reitor Luiz Mello afirma que todo esse contexto se trata de reflexos da realidade da carreira de professor, que acaba sendo menos atrativa socialmente devido à falta de condições adequadas de trabalho, de salários dignos e de planos de carreira. Mesmo assim o professor destaca que não há qualquer risco de fechamento dos cursos de licenciatura na UFG. “Há grande esforço por parte da comunidade acadêmica que se dedica a essa área de promover reflexões sobre como contribuir para mudar a atual realidade, para que a carreira de professor seja mais valorizada”.
O curso de Medicina, por exemplo, ficou com uma vaga ociosa, assim como Publicidade e Propaganda, Engenharia de Alimentos, entre outros. Isso ocorre, porque os candidatos com notas suficientes para o ingresso deixam a confirmação para a última hora.
Fonte: O Popular