O Índice de Massa Corporal (IMC), amplamente utilizado para avaliar a obesidade com base no peso e altura de um indivíduo, enfrenta críticas devido às limitações na detecção de gordura visceral em pessoas com IMC entre 25 e 30 kg/m², frequentemente classificadas como sobrepeso.
Recentemente, um novo consenso europeu, publicado na revista Nature Medicine em 5 de julho, propôs um método complementar para diagnóstico de obesidade nesse grupo. Além do IMC, sugere-se medir a circunferência abdominal e dividir pelo valor da altura em centímetros. Um resultado igual ou superior a 0,5 indicaria a presença potencial de obesidade, mesmo com IMC abaixo de 30 kg/m².
A medida da circunferência abdominal é vista como mais direta na identificação de gordura visceral, associada a condições como diabetes tipo 2, hipertensão e aumento dos triglicérides. Técnicas adicionais como bioimpedância e densitometria corporal são mencionadas como complementares na avaliação da composição corporal.
O consenso europeu enfatiza a importância de uma abordagem multidisciplinar no tratamento da obesidade, adaptando-se aos novos critérios diagnósticos para melhor suporte aos pacientes. Embora o IMC continue relevante, a inclusão da circunferência abdominal como critério adicional representa um avanço na precisão do diagnóstico e manejo da obesidade.
Este novo método não visa substituir o IMC, mas complementá-lo, oferecendo uma avaliação mais precisa e personalizada da saúde dos indivíduos. Espera-se que isso melhore a eficácia dos tratamentos e reduza os riscos associados ao excesso de peso.
Em resumo, o consenso europeu representa um avanço significativo na evolução das metodologias de avaliação da obesidade, destacando a medição da circunferência abdominal como uma ferramenta crucial na prática clínica moderna.
