Viciado no celular? 3 passos da neurociência para quebrar o ciclo vicioso
Se você sente que pega o celular sem nem perceber, atualiza as redes sociais a todo instante, passa horas vendo conteúdos vazios ou tem dificuldade de se concentrar sem checar o aparelho, não está sozinho. O uso excessivo de smartphones ativa mecanismos de recompensa no cérebro semelhantes aos de outros comportamentos viciantes, segundo especialistas em neurociência.
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O neurologista Baibing Cheng, da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos — conhecido nas redes sociais como Dr. Bing —, explica que o cérebro humano responde aos estímulos digitais de forma intensa e automática. Para quebrar esse ciclo, ele recomenda três passos práticos que ajudam a tornar o celular menos viciante e a reeducar o sistema nervoso.
1. Deixe o celular visualmente “entediante”
O primeiro passo é reduzir o estímulo visual que o aparelho oferece.
— A cor é um gatilho de dopamina, e tons vibrantes como vermelho e azul ativam áreas do cérebro ligadas à atenção e à recompensa — explica o neurologista.
Por isso, ele recomenda mudar o celular para o modo preto e branco (grayscale). Essa simples alteração diminui o apelo da tela e reduz os “picos” de dopamina.
— Quando você tira as cores, seu cérebro para de receber aqueles pequenos estímulos que o mantêm preso ao aparelho — complementa.
2. Aumente a dificuldade
O segundo passo é dificultar o acesso aos aplicativos mais viciantes.
— O cérebro adora recompensas fáceis. Se você adiciona obstáculos — como sair das redes sociais ao encerrar o uso, mover os ícones para outra tela ou usar apps que inserem um pequeno atraso na abertura —, esses segundos extras dão tempo para o córtex pré-frontal interromper o impulso automático — ensina Cheng.
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3. Substitua o hábito
Por fim, o neurologista recomenda substituir o tempo gasto no celular por atividades que realmente acalmem o corpo e a mente.
— Muitas vezes pegamos o telefone por tédio ou estresse. Se você troca esse comportamento por algo que regule o sistema nervoso — como respirar fundo, alongar-se ou caminhar —, o cérebro começa a associar tranquilidade, e não estimulação, a esses momentos — orienta o especialista.
Cheng ressalta que o objetivo não é abandonar o uso do celular, mas reeducar o cérebro para sentir prazer sem depender de estímulos constantes.
— A meta não é nunca deixar de usar o telefone. É ensinar o cérebro a se sentir bem sem precisar de doses contínuas de dopamina — conclui.
Por Gessica Vieira
Foto: Reprodução
Jornalismo Portal Pn7
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