21 de novembro de 2024

Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O tribunal pretende divulgar as correções feitas após especialistas apontarem fragilidades em teste público realizado no ano passado.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) resolveu todas as vulnerabilidades encontradas nas urnas durante o Teste Público de Segurança do Sistema Eletrônico de Votação (TPS), realizado em novembro de 2021.

A Corte Eleitoral pretende mostrar aos especialistas, nos dias 11, 12 e 13 de maio, todos os aperfeiçoamentos. A ideia é que também sejam feitos os últimos testes antes da eleição de outubro.

O TPS é realizado desde 2009, com o objetivo de indicar formas de correção e aperfeiçoamento das urnas. Cerca de 140 especialistas já participaram do TPS. Todos sem qualquer ligação com a Justiça Eleitoral, apenas atuando de forma colaborativa.

Entre as melhorias implementadas após todos esses anos de análises, estão a criptografia das teclas do terminal de votação e o sistema de áudio para pessoas com deficiência visual.

O Teste de Confirmação, que ocorrerá de 11 a 13 de maio, contará com os investigadores que participaram do TPS realizado de 22 a 27 de novembro de 2021. Na ocasião, eles voltam ao TSE para conferir se as soluções aplicadas pela equipe técnica foram suficientes para aperfeiçoar os pontos encontrados anteriormente.

O portal confirmou que todos os apontamentos foram resolvidos e serão apresentados nesta data. As urnas seguirão para as eleições com as novas sugestões dos especialistas.

O TSE, no entanto, afirma que nenhum deles conseguiu quebrar, mesmo com o código-fonte aberto, barreira que permitisse o acesso, de fato, às urnas. Os achados dos especialistas foram em fases anteriores ao sistema das urnas.

O presidente do TSE, ministro Edson Fachin, ressalta que as urnas são seguras. “O voto é secreto, e o processo eletrônico de votação, conquanto sempre suscetível de aprimoramentos, é reconhecidamente seguro, transparente e auditável”, declarou.

Confira os itens achados em 2021 que passaram por processo de aperfeiçoamento:

  • Ataque ao painel da urna com uso de um teclado físico. Os especialistas conseguiram acoplar um novo painel, mas sem a capacidade de votar. Situação que precisaria de pessoas para trocar os painéis físicos, o que o tornaria improvável;
  • Os especialistas conseguiram desembaralhar o extrato de urna remetido ao TSE. O investigador conseguiu enviar boletim de urna sem o embaralhamento. Não há consequências para as eleições;
  • Um grupo pulou uma barreira de segurança representada pela rede de transmissão, mas parou na porta da rede do TSE. Os técnicos fizeram aperfeiçoamento desse item e apresentarão aos especialistas;
  • Houve ataque ao fone de ouvido da urna para quem tem deficiência visual, e a vocalização foi transmitida via bluetooth. Esse tipo de falha afetaria votos de pessoas com deficiência visual. Mas seria necessário ter um dispositivo acoplado em aparelhos próximos aos mesários. O melhoramento foi efetivado;
  • A Polícia Federal acessou a rede do TSE, mas não conseguiu mexer em nenhum sistema ou mudar voto. Trata-se do ataque de mais relevância para correção. A melhoria para evitar esse tipo de acesso será apresentada aos especialistas.

Teste de confirmação

Em 30 de maio, a Corte Eleitoral publicará toda a documentação e as conclusões produzidas pela Comissão Avaliadora do TPS 2021. Em 12 de setembro, termina o prazo para que os sistemas eleitorais e programas de verificação desenvolvidos pelas entidades fiscalizadoras sejam lacrados, mediante apresentação, compilação, assinatura digital e guarda das mídias pelo TSE em Cerimônia de Assinatura Digital e Lacração dos Sistemas.

No ano passado, 26 investigadores realizaram 29 planos de ataques contra as urnas eletrônicas e somente cinco tiveram algum tipo de “achado” relevante. Eles foram resolvidos e serão provados novamente no Teste de Confirmação, após as melhorias implementadas pela Justiça Eleitoral.

Por Manoela Alcântara
Foto: Hugo Barreto/Metrópoles
Jornalismo Portal Panorama
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