Treinos de equilíbrio reduzem em até 50% risco de lesão no joelho, apontam especialistas
Colunista: Dr. Mateus Castadelli
Fisioterapeuta e mestre em Ciências da Saúde
Foto: Divulgação
Redação: Portal Panorama
A Chave para a Longevidade no Esporte: Equilíbrio e Prevenção
No universo do esporte de alto rendimento e até mesmo na prática recreativa, a lesão do Ligamento Cruzado Anterior (LCA) é um fantasma que assombra atletas e entusiastas. A ruptura do LCA não apenas impõe um período de afastamento significativo, mas também exige um processo de reabilitação árduo e, por vezes, doloroso. No entanto, a ciência tem nos mostrado que uma abordagem preventiva focada no equilíbrio pode ser a grande aliada para reduzir drasticamente esse risco. A negligência com o treinamento proprioceptivo é um erro que muitos ainda cometem, e os dados são claros: treinos de equilíbrio podem cortar pela metade as chances de uma lesão devastadora como a do LCA.
A Ciência por Trás do Equilíbrio e da Prevenção
O ligamento cruzado anterior é crucial para a estabilidade do joelho, e sua lesão frequentemente ocorre em situações de desaceleração brusca, mudanças de direção ou aterrissagens desequilibradas. Ao aprimorar o equilíbrio, o corpo desenvolve uma maior consciência espacial e uma melhor coordenação muscular, permitindo reações mais rápidas e eficientes para proteger o joelho. Como treinos de equilíbrio reduzem em mais de 50% o risco de lesão de LCA.
A maioria das rupturas do LCA ocorre sem contato, na aterrissagem ou na mudança brusca de direção. Nesses momentos, o joelho sofre forças de rotação e cisalhamento que aumentam com o “valgo dinâmico” (joelho caindo para dentro) e com o mau controle de tronco e quadril. Programas que desenvolvem equilíbrio dinâmico, freio excêntrico e técnica de aterrissagem reduzem a carga sobre o LCA exatamente no instante crítico. Em equipes com boa adesão, as revisões mostram reduções superiores a 50% no risco.
Como aplicar hoje
Comece simples e mantenha a consistência. Selecione 3–4 exercícios para 15 minutos de aquecimento: agachamento unipodal; saltos com pouso controlado; deslocamentos laterais com freio curto; e equilíbrio dinâmico em superfície estável. Aumente a complexidade apenas quando a técnica estiver sólida (tronco firme, joelho alinhado aos dedos do pé joelhos, aterrissagem silenciosa). Padronize a execução e mantenha constância.
Papel dos profissionais
Existem protocolos prontos que podem (e devem) ser utilizados por profissionais de Educação Física e por Fisioterapeutas em reabilitação e no retorno ao esporte. O essencial é garantir orientação técnica direta e objetiva, com critérios claros de qualidade de execução e progressão.
Opinião do colunista Dr. Mateus Castadelli, fisioterapeuta e mestre em Ciências da Saúde
Na minha opinião, este é o ponto decisivo: regularidade e orientação técnica clara. No consultório, trabalho com treino sensório-motor e pliometria e adapto à realidade de cada pessoa (idade, posição, histórico de lesão). Entrego orientações para casa com metas simples e mensuráveis: aterrissar sem ruído, manter o joelho alinhado ao segundo artelho e controlar o tronco nas desacelerações. Menos modismos, mais método.
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