Tarifaço: Caiado confirma reunião com Alckmin e cobra ação do Governo Federal
A três dias da entrada em vigor do tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, o Fórum dos Governadores vai se reunir nesta quarta-feira (30), em Brasília, com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), também ministro da Indústria e Comércio. Escalado por Lula como interlocutor nas negociações com o governo norte-americano, Alckmin ouvirá demandas dos estados afetados. A reunião foi articulada pelo governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que cobra ação urgente do Planalto diante da crise.
“Não fui consultado. E os que mais serão penalizados são os governadores e prefeitos. Por vaidade ou desejo de politizar o tema, o governo federal está prestes a provocar uma crise econômica e fiscal, com fechamento de indústrias e desemprego”, afirmou à coluna em entrevista na manhã desta terça-feira (29).
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O governador de Goiás relata que soube da medida no dia 17 de julho, durante missão ao Japão, e que imediatamente pediu a convocação dos colegas. De acordo com ele, a retaliação dos EUA é reflexo de uma disputa diplomática mal conduzida e tem tom político.
Para Caiado, estados e municípios serão os mais impactados pela retaliação americana, resultado, nas palavras do governador, de uma queda de braço irresponsável entre o presidente Lula e o governo de Donald Trump.
Caiado argumenta que o Brasil, mesmo com superávit inferior ao de outros países, foi o único a receber a taxação máxima. “Nações que exportam mais conseguiram reduzir a alíquota para 15%. E o Brasil, que importa mais do que exporta dos EUA, vai pagar 50%? Isso é uma inversão completa”, criticou.
Em Goiás, os reflexos já aparecem. O governador citou a queda no preço do boi, frigoríficos cancelando abates e crise na indústria Jalles, referência na produção de açúcar orgânico. Também há preocupação entre produtores de tilápia, mel, ração pet e proteína bovina. “Falam que é só 12% das exportações. Mas para muitos, é 100% da atividade. Você quebra a empresa, desemprega famílias”, disse.
Apesar das críticas, Caiado afirma que o estado já adotou medidas de precaução. Ainda assim, reforça que a resolução depende de articulação federal. “Não posso admitir que uma disputa ideológica provoque o colapso de setores inteiros da nossa economia.”
Fonte: Mais Goiás
Foto: Reprodução
Jornalismo Portal Pn7
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