A prática da Equoterapia tem como objetivos, benefícios físicos, psíquicos, educacionais e sociais de pessoas com necessidades especiais, seja físicas, intelectuais. Trata-se de uma prática terapêutica e educacional que, junto ao cavalo, em um enfoque interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação, visa ao desenvolvimento integral de pessoas com deficiência ou não. A atividade é indicada para lesões neuromotoras de origem encefálica ou medular; patologias ortopédicas congênitas ou adquiridas por acidentes diversos; disfunções sensório-motoras; doenças genéticas e distúrbios metabólicos; sequelas de traumas e cirurgias; distúrbios (evolutivos, comportamentais, de aprendizagem, cognitivos).
Fora seus benefícios na área motora, a Equoterapia tem favorecido, igualmente, o desenvolvimento de um senso aumentado de autoestima, segurança e auto eficácia. Isto se dá, especialmente, em função da interação com o cavalo, incluindo os contatos iniciais, os cuidados preliminares, o ato de montar e o manejo final, os quais desenvolvem, ainda, novas formas de socialização. É por isso que consiste em uma terapia não somente “a cavalo”, mas também “com o cavalo”.
Do ponto de vista da Psicologia, a Equoterapia é importante por “desencadear” vários comportamentos e sentimentos. FREUD já dizia que “o movimento do cavalo é o único que se assemelha ao movimento do útero materno”. Desta forma, a finalidade consiste em estender o repertório comportamental do praticante e proporcionar adaptação emocional, diminuindo assim, quadros de ansiedade e dor. Além disto, montar em um cavalo constitui, por si só, um estímulo para o equilíbrio. Todavia, determinados exercícios podem ser usados para aumentar a quantidade de estímulos: pode-se solicitar ao praticante que feche os olhos, retire os pés dos estribos, exercícios com os membros superiores; fique de pé sobre os estribos; fique ajoelhado em decúbito dorsal ou ventral sobre o dorso do cavalo, realize um volteio ou faça o cavalo andar e parar várias vezes.
A atividade é composta por quatro programas Básicos: hipoterapia; educação/reeducação; pré-esportivo; prática esportiva paraequestre. A ludicidade geralmente presente nas atividades equoterápicas resulta em uma prática prazerosa, onde os resultados mensurados sucedem concomitantes ao desenvolvimento da autoestima, da segurança e da socialização. Assim, as sessões desenvolvidas dentro de uma perspectiva com ênfase em atividades recreativas e educacionais, podem proporcionar inúmeros benefícios aos nossos paticantes.
O Sindicato Rural de Jataí desenvolve esta atividade desde 2011 no Parque de Exposições Nelio de Moraes Vilela. O Centro de Equoterapia Primeiro Passo já beneficiou mais de 120 famílias e atualmente atende em torno de 50 pessoas, sendo um programa gratuito. O único requisito exigido pela entidade é um encaminhamento médico solicitando a prática da Equoterapia para a criança ou adulto. Para maiores informações, entrar em contato com o Sindicato Rural de Jataí.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, G.O. ; MUNSTER, M.A. O efeito de um programa de equoterapia no desenvolvimento psicomotor de crianças com indicativos de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Rev. Bras. Ed. Esp., Marília, v. 20, n. 1,pag. 71,Jan.-Mar., 2014.
DIAS, C.P.; ONZI E.S.; GOULART, N.B.A.; VAZ,M.A.. Adaptações morfológicas musculares na espasticidade: Revisão da literatura. Scientia Medica, Vol. 23, Porto Alegre, 2013.
MARTINS, C.. O papel da experiência motora no desenvolvimento global: As implicações na criança com paralisia cerebral. Millenium, 45, pag. 50-53,junho/dezembro, 2013.
Fabiana Franco
Fisioterapeuta
CREFITO 91599 – F
Centro de Equoterapia Primeiro Passo
Sindicato Rural de Jataí.
Foto: Sindicato Rural de Jataí
