Sob pressão, preço do etanol em Goiás é encontrado a R$ 2,89

Os menores valores praticados nos postos refletem a queda nos preços das usinas (Foto: Diomicio Gomes/O Popular)

Recuo tem relação direta com a maior competitividade da gasolina e o auge do período de colheita da safra de cana de açúcar.

Os preços dos combustíveis continuam em queda nos postos de Goiânia e do interior, para a felicidade dos motoristas. O litro do etanol hidratado, que chegou a custar quase R$ 5,50 em alguns postos da capital este ano, ontem era vendido por até R$ 2,89 em revendedores de Aparecida de Goiânia. Além do benefício da carga tributária, o valor do etanol continua em queda por causa da redução no preço da gasolina, que ficou mais competitiva, e devido ao auge do período de safra de cana de açúcar.

Os menores valores praticados nos postos refletem a queda nos preços das usinas. De acordo com as cotações semanais divulgadas pelo Centro de Estudo Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), o preço do etanol hidratado para vendas internas nas usinas de Goiás caiu de R$ 2,73 na primeira semana de agosto para R$ 2,21 na semana passada, um recuo de 19%.

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O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado (Sindiposto-GO), Márcio Andrade, informa que os proprietários de veículos flex passaram a optar pela gasolina depois que ela teve novas reduções e ficou mais competitiva. “A gasolina mais barata pressiona a cotação nas indústrias de etanol”, destaca. No último dia 1º de setembro, a Petrobras anunciou uma nova queda de 7,08% no preço da gasolina vendida às distribuidoras, que passou de R$ 3,53 para R$ 3,28 por litro.

Ontem, o litro do combustível já podia ser encontrado por até R$ 4,44 em Goiânia. De acordo com o presidente do Sindiposto-GO, a queda nos preços aumentou o poder de compra do consumidor e tem favorecido as vendas nos postos. “Quanto mais barato, melhor para postos e consumidores”, destaca.

Márcio acredita que o benefício fiscal da redução de impostos como o ICMS, que caiu de 30% para 17% no caso da gasolina, ainda deve permanecer por um bom período, mesmo após o período eleitoral no País. Isso porque a mudança dependeria de uma nova Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para que os combustíveis voltem a ser considerados produtos não essenciais.

“Não acredito que haja espaço político para isso ainda neste ano e nem no início de 2023 por não ser uma medida popular”, destaca. Para ele, os governos estaduais não estão tendo queda de arrecadação porque as vendas de combustíveis cresceram e o dinheiro que não está sendo gasto nos postos eleva o consumo de outros produtos, que também são tributados.

Oferta e demanda

A queda no preço do etanol tem preocupado do setor sucroalcooleiro, que vive o auge do período de colheita da cana e precisa desovar estoques. O presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol no Estado (Sifaeg), André Luiz Rocha, explica que os preços mais baixos são reflexo da falta de equilíbrio entre oferta e demanda. Segundo ele, com o aumento da competitividade da gasolina, houve uma queda de 18% nas vendas de etanol dentro do Estado.

E isto ocorreu, justamente, num período de maior safra de cana. “Além disso, também continuamos enfrentando altas nos preços dos insumos, como fertilizantes, arrendo de terras, óleo diesel e mão de obra”, completa o presidente do Sifaeg. Para ele, este é um problema sério que tem impactado muito a rentabilidade do setor, pois os preços já estão ficando abaixo dos custos.

“Teremos que voltar a discutir políticas públicas para o etanol após as eleições. Isso está desorganizando muito o setor”, alerta André Rocha. A safra de cana deve se estender até novembro ou início de dezembro, dependendo das condições climáticas e comportamento das chuvas nas lavouras de cana. Enquanto houve uma queda nas vendas de etanol hidratado, nos últimos meses, as vendas de anidro cresceram por conta da maior demanda por gasolina C no mercado.

Fonte: O Popular
Foto: Diomicio Gomes/O Popular
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