Foto: Unsplash/Reprodução

Vermelhidão, ardência, coceira, sensação de corpo estranho, fotofobia e visão embaçada são alguns dos sintomas da doença.

A chegada do inverno traz outros desafios além do frio. No Centro-Oeste, eles incluem os desconfortos associados à baixa umidade do ar. A saúde ocular, por exemplo, fica prejudicada durante a seca.

Dados de 2018 do Serviço de Oftalmologia da Secretaria de Saúde do DF mostram que, nessa época do ano, os atendimentos oculares aumentam em 25%, sendo a síndrome do olho seco uma das maiores causas.

“A síndrome do olho seco ocorre quando há evaporação excessiva das lágrimas ou sua produção é insuficiente. O paciente chega ao consultório geralmente com o olho bem avermelhado, se queixando de ardência, coceira, sensação de corpo estranho (areia), fotofobia, cansaço ocular, e até visão embaçada”, afirma o oftalmologista Eduardo Rocha, médico do Hospital Oftalmológico de Brasília.

O doutor explica que diversas causas estão relacionadas ao surgimento da doença. Fatores ambientais, como o clima seco e uso excessivo de telas, são algumas delas.

Causas além do clima

Usuários de lentes de contato, por exemplo, estão particularmente sujeitos ao desconforto, já que a maior evaporação das lágrimas, aumenta o atrito desses dispositivos com a superfície ocular. Isso pode provocar irritação e até mesmo lesões na córneas.

A produção lacrimal também pode diminuir devido ao uso de alguns medicamentos, como antidepressivos, anticoncepcionais orais e anti-histamínicos. Além disso, doenças sistêmicas (síndrome de Sjogren, artrite reumatóide e lupus) e lesões diretas às glândulas lacrimais ou às estruturas relacionadas a sua regulação geram maior disposição à síndrome.

Uso de telas

O problema também vem aumentando entre crianças e adolescentes. Estudo publicado pelo jornal da British Contact Lens Association (BCLA), em 2021, mostrou que um dos principais responsáveis por isso é o uso prolongado de eletrônicos.

Segundo Rocha, o foco do indivíduo nas telas por muito tempo reduz quase pela metade a quantidade de piscadas. Isso influencia também a evaporação do canal lacrimal, tornando a lubrificação insuficiente e, como consequência, causa um maior ressecamento dos olhos.

Tratamento

A síndrome do olho seco não tem cura. Logo, as intervenções dos médicos visam aliviar os sintomas. Para isso, é necessário repor e preservar de forma mais eficiente as lágrimas. Entre os tratamentos disponíveis estão as seguintes opções:

  • Lágrimas artificiais em gota;
  • Colírios imunomoduladores (que controlam o processo inflamatório da superfície ocular);
  • Medicamentos secretagogos (que estimulam a produção de lágrima);
  • Antibióticos;
  • Utilização de aparelhos que emitem a luz pulsada (que melhoram a função das glândulas de Meibomius);
  • Em situações específicas, é possível fazer a oclusão dos pontos lacrimais, diminuindo a drenagem da lágrima, que permanece por mais tempo na superfície ocular.

Cuidados

Algumas medidas também podem ser adotadas para minimizar os sintomas no tempo seco. Confira:

  • Uso de umidificadores de ambiente;
  • Evitar que o ar-condicionado ou ventilador fiquem direcionados ao rosto;
  • Programar pequenos intervalos durante o uso dos eletrônicos.

Diante do surgimento de algum sintoma, vá ao médico. Isso é importante para diagnosticar corretamente a doença e adequar o tratamento a ela.

“Casos mais graves da síndrome do olho seco podem levar a alterações permanentes da superfície ocular, como aderências e cicatrizes podendo, inclusive, resultar em uma baixa significativa da visão”, alerta Eduardo.

Por Thiago Guimarães
Foto: Unsplash/Reprodução
Jornalismo Portal Panorama
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