20 de setembro de 2024

Foto: Alex Alves - Portal Pn7

A intensificação da crise climática e a grave seca que atinge o Brasil em 2024 reacenderam o debate sobre o possível retorno do horário de verão.

O Brasil atravessa a pior seca desde 1950, o que coloca em risco o abastecimento de água e a geração de energia, especialmente nas usinas hidrelétricas, responsáveis por grande parte da eletricidade do país. Diante desse cenário, o governo está avaliando o retorno do horário de verão como uma possível solução para mitigar os impactos da crise. A medida, que foi extinta há cinco anos, pode voltar a ser uma aliada importante na tentativa de reduzir a pressão sobre o sistema elétrico, em um momento em que a escassez de recursos hídricos ameaça o abastecimento nacional.

O horário de verão foi implementado pela primeira vez no Brasil em 1931, mas foi descontinuado em 2019 durante o governo de Jair Bolsonaro. À época, a decisão foi justificada pela baixa eficiência da medida para a economia de energia, uma vez que os avanços tecnológicos e as mudanças nos hábitos da população teriam diminuído o impacto da prática. No entanto, especialistas agora destacam que a crise climática altera significativamente esse cenário, tornando o horário de verão uma opção relevante para economizar energia em um período de grande escassez.

Com a seca afetando diretamente as hidrelétricas, a medida pode ajudar a reduzir o uso de iluminação artificial no fim do dia, o que contribui para aliviar o sistema de geração de energia. Além disso, a economia gerada pelo horário de verão pode ser crucial para evitar a adoção de medidas mais drásticas, como o racionamento de energia, já que as bandeiras tarifárias, como a vermelha, estão pressionando o aumento das contas de luz.

O Ministério de Minas e Energia informou que a possibilidade do retorno do horário de verão está sendo discutida com seriedade, levando em consideração diversos fatores, como a capacidade de geração de energia, os níveis de chuva e o impacto econômico da medida. Embora ainda não haja uma data definida para a possível implementação, o agravamento da crise hídrica e energética torna o debate urgente e necessário.

Além da questão energética, setores como o comércio e o turismo têm defendido a volta do horário de verão. A medida favorece o aumento do movimento nos estabelecimentos comerciais e pode contribuir para a recuperação econômica, proporcionando mais tempo de luz no fim da tarde, o que atrai mais consumidores. O debate, portanto, vai além da economia de energia, abrangendo também os impactos positivos sobre a atividade econômica em um contexto de crise.

Por Gessica Vieira
Foto: Reprodução
Jornalismo Portal Pn7

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