Samba enredo da escola Imperatriz Leopoldinense gera revolta no agronegócio
O samba enredo da escola “Imperatriz Leopoldinense”, que neste Carnaval homenageia a região do Parque Nacional do Xingu e tem como tema “Xingu – O clamor que vem da Floresta”, tem gerado revolta no setor do agronegócio mato-grossense e brasileiro. A música exalta o povo indígena ao mesmo tempo em que faz uma crítica ao agronegócio brasileiro, considerado hoje o único setor a segurar a economia do Brasil.
O samba enredo é de composição de Moisés Santiago, Adriano Ganso, Jorge do Finge e Aldir Senna. Nele, os indígenas são exaltados como os guardiões da floresta e que o “jardim sagrado” foi descoberto pelo “caraíba” que hoje “sangra o coração do meu Brasil”. A letra ressalta ainda, em tom de crítica ao agronegócio, que “o belo monstro rouba as terras dos seus filhos / devora as matas e seca os rios / tanta riqueza que a cobiça destruiu“.
A composição do samba vem sendo repudiada por entidades ligadas ao agronegócio, a exemplo da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG).
Em nota assinada pelo presidente José Mário Schreiner, a entidade afirma que “é inadmissível, ultrapassado e insustentável, que o agronegócio seja colocado como ‘vilão do meio ambiente, da natureza e da população’ no samba-enredo da Escola Imperatriz Leopoldinense para o Carnaval 2017”.
Confira a nota de repúdio enviada pela Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG):
Nota de repúdio – Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás
Responsável por produzir e levar alimentos para a mesa dos brasileiros e de populações em todo o mundo, o agronegócio é um dos setores que tem sustentado o Brasil, especialmente em períodos de incertezas na economia. É o agronegócio que tem gerado emprego e renda para a população, apresentando dados positivos para o nosso país. É quem vem segurando as pontas da economia goiana. Hierarquicamente o agro faz parte das necessidades do ser humano.
O agronegócio no Brasil se destaca também em todo o mundo e apresenta resultados relevantes em geração, transferência e adoção de tecnologias e pesquisas, fortalecendo diversas cadeias produtivas e movimentando vários setores econômicos. É o setor que mais evoluiu nas últimas décadas, garantindo a preservação do meio ambiente, recursos naturais e da vida em nosso planeta.
O Brasil, que tem no agronegócio importante fonte de renda para a população, é também o país do Carnaval, maior festa popular do mundo, que todos nós apreciamos, gostamos e respeitamos. É uma festa tradicional e democrática, promovida pelos brasileiros, com o intuito de confraternizar, se divertir.
Por isso, é inadmissível, ultrapassado e insustentável, que o agronegócio seja colocado como ‘vilão do meio ambiente, da natureza e da população’ no samba-enredo da Escola Imperatriz Leopoldinense para o Carnaval 2017. Isso só serve como desserviço para a população. São considerações equivocadas, polêmicas e sem nenhuma noção da atual realidade. Isso nos entristece profundamente, porque o Carnaval representa comemoração e, claro, momento de agradecer pela vida. Ao contrário do que a escola de samba quer mostrar, o agronegócio tem toda sua importância, pujança e conscientização – adotando constantemente práticas socioambientais -, contribuindo para melhorar a vida de populações no Brasil e em todo o nosso planeta.
É com profunda indignação, revolta e insatisfação, que a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) repudia o samba-enredo da Imperatriz Leopoldinense e a atitude dos diretores da Escola de Samba carioca de divulgar esse tipo de composição, com informações erradas e sem sustentação.
O tempo e o trabalho gastos para produzir e propagar esse tipo de ações deveriam ser utilizados para levar informações corretas à população, que mostrem realmente o que acontece na relação entre campo e cidade.
José Mário Schreiner
Presidente do Sistema Faeg
Confira o samba enredo escola Imperatriz Leopoldinense – “Xingu – O clamor que vem da floresta”:
https://www.youtube.com/watch?v=-E_ivbY8qlg
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