20 de setembro de 2024
Especialista revela itens que consideramos “banais” mas que podem intoxicar o corpo e trazer malefícios para a saúde em geral.

Existem diferentes maneiras de absorção de substâncias tóxicas encontradas ao nosso redor. Infelizmente, isolar-se desses poluentes ou produtos que nos contaminam é uma tarefa, digamos, impossível. A boa notícia, porém, é que tem como prevenir.

O primeiro passo é o acesso à informação. Ter ciência do que ingerimos, aplicamos em nossa pele e até respiramos já é um bom começo. A partir disso, fazer a escolha certa acaba sendo muito mais fácil e benéfico para o organismo.

Para esclarecer quais são os elementos tóxicos que mais fazem parte de nossa rotina, o nutricionista e farmacêutico bioquímico Alessandro Palatucci Bello assegura: “Materiais nos cercam diariamente”.

Abaixo, o especialista dá alguns exemplos comuns:

1 – Microplásticos

De acordo com o profissional, os microplásticos entram no organismo provocando um processo inflamatório intenso, fazendo com que o corpo não consiga eliminá-los. “Uma pequena rachadura na superfície da panela de teflon, que é aquela que não gruda, libera mais de 9 mil partículas de microplásticos”, conta.

Alessandro acrescenta que as garrafas PET, quando aquecidas, visto que são compostas por polietileno, também liberam essas substâncias que acabam intoxicando o indivíduo. “Isso é um alerta para quem costuma deixar essas garrafinhas no carro”, observa.

2 – Alumínio

O alumínio está presente em vários produtos do dia a dia, a exemplo dos desodorantes antitranspirantes. “O nosso corpo acaba absorvendo o alumínio pela pele e, devido à grande quantidade do material, acaba se intoxicando”, diz.

Para o nutricionista, esse contato traz malefícios para o organismo, desencadeando, por exemplo, problemas cognitivos, ou até mesmo contribuindo para o desenvolvimento de doenças como câncer. “Há estudos, ainda, que mostram que essas absorção interfere, inclusive, na fertilidade”, comenta.

3 – Mercúrio

O mercúrio também pode inflamar e intoxicar o corpo, segundo Alessandro, por ser altamente absorvível pela barreira hematoencefálica. “Isso traz danos aos sistemas nervoso, gastrointestinal, respiratório e renal, por exemplo, trazendo sintomas como fraqueza, cansaço frequente, perda de apetite, dentes frágeis e irritação cutânea”, fala.

Uma sugestão bastante valiosa compartilhada pelo farmacêutico é o consumo de coentro ou clorela, ingredientes que conseguem absorver mercúrio e fazer a sua eliminação. “Quando falamos em contaminação de metais pesados, temos que pensar na quelação. Existem vários ativos que são quelantes, como zinco e vitamina C. Eles acabam ajudando a capturar esses metais e a eliminá-los”, justifica.

4 – Chumbo

O chumbo é mais um material que integra a lista de elementos tóxicos para o organismo. O especialista garante que é possível encontrá-lo principalmente em maquiagens. “Ele dá aquela cor mais intensa do vermelho ao batom, por exemplo”, explica.

Em excesso, também ocasiona problemas cognitivos e de fertilidade, conforme elucida Alessandro. E um dos casos mais relevantes citado por ele é o processo de enlatamento do atum, quando a soldagem da lata passa a ser uma fonte de contaminação.

“A lata é composta por vários metais. Basta uma batidinha nela para liberar micropartículas de metais para dentro do alimento, ainda mais se o produto vier com água, e não com óleo, pois os metais pesados são hidrossolúveis, então eles acabam passando para o alimento”, adverte.

Para o farmacêutico bioquímico, é melhor ingerir atum em óleo do que atum sólido ao natural, visando esse cuidado. “O óleo cria uma película em volta do alimento, protegendo-o”, argumenta.

No entanto, essa opção é mais calórica, o que demanda um pouco mais de cautela na hora do preparo da refeição. “Tem que espremer bem e tirar todo o óleo do atum”, aconselha.

Embora liste os perigos do chumbo, Alessandro Palatucci Bello faz um adendo: “Quanto à questão das maquiagens, vale lembrar que nós temos o controle em cima desses produtos, como a atuação da Anvisa, um dos órgãos fiscalizadores mais competentes do mundo. Eles passaram por fiscalização. Opte por itens que tenham essa aprovação”, salienta.

5 – Arsênio

No ar, também fluem toxinas, especialmente por conta da poluição. O profissional menciona o arsênio, considerado um dos cinco elementos químicos mais letais do mundo, ao lado do chumbo, do tálio, do antimônio e do mercúrio.

“Esse é um elemento não essencial ao ser humano, que intoxica o corpo e traz sintomas como dor abdominal, vômitos, diarreia, vermelhidão na pele, dores musculares, fraqueza e alguns efeitos frequentes, como dormência, formigamento nas extremidades e câimbras.

Cuidados

Além de observar o logotipo da Anvisa na embalagem dos produto de beleza, o especialista ensina mais alguns cuidados para prevenir a intoxicação. O primeiro deles é evitar beber água em garrafas PET, trocando-as por opções que sejam livres de BPA. “Observe, também, quais potes de plástico podem ser congelados ou ir ao micro-ondas e quais não podem”, complementa.

Obter conhecimento de onde vem o alimento a ser consumido também é uma indicação do nutricionista, bem como optar por ingredientes orgânicos. O mesmo vale para os itens de beleza.

Por fim, Alessandro recomenda estar em lugares cercados de árvores, que filtram o ar poluído, e trocar os desodorantes convencionais por alternativas sem alumínio na fórmula.

Por Rafaela Amaral, Claudia Meireles
Foto: Metrópoles
Jornalismo Portal Pn7

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