Rio Verde muda de escala e avança para 300 mil moradores
Nas últimas cinco décadas, Rio Verde passou por uma das transformações demográficas mais intensas do Centro-Oeste, sustentada por ciclos econômicos que alteraram a estrutura produtiva, os fluxos migratórios e a urbanização do município. De cidade agrícola de interior, o município tornou-se polo industrial e logístico, e agora avança para uma nova etapa: o quarto marco econômico, associado à chegada da biorrefinaria Inpasa.
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Crescimento histórico guiado pela economia
O primeiro impulso decisivo veio em 1975 com a implantação da COMIGO. A modernização da agricultura e o fortalecimento de fornecedores e serviços ampliaram a demanda por mão de obra e iniciaram a expansão urbana. Nas décadas seguintes, o agronegócio consolidou sua força com mecanização, integração lavoura-pecuária e diversificação de culturas, tornando a cidade referência regional.
No início dos anos 2000, ocorreu o segundo marco: a chegada da Perdigão, que acelerou a industrialização do setor agroalimentar, ampliou vagas em fábricas e logística e atraiu trabalhadores de outras regiões do país.
O terceiro salto, em 2021, foi a implantação da Plataforma Multimodal. A nova infraestrutura fortaleceu o papel de Rio Verde como eixo logístico do Centro-Oeste, reduzindo custos de transporte e atraindo operadores e novos investimentos.
Agora, Rio Verde vive o que autoridades classificam como o quarto marco econômico: a chegada da Inpasa, uma biorrefinaria de grande porte que integra agricultura, indústria e energia. O empreendimento é apontado como capaz de antecipar metas demográficas e ampliar o dinamismo econômico da cidade.
Números reforçam a velocidade da expansão
O avanço populacional acompanha cada ciclo econômico. Em 2000, o Censo registrou 116.552 habitantes. Em 2010, já eram 176.424, e em 2022 o número chegou a 225.696. O salto acumulado entre 2000 e 2022 alcança 93,6%, praticamente dobrando o tamanho da cidade em pouco mais de duas décadas.
As séries anuais recentes confirmam o ritmo contínuo:
– 2015: cerca de 196.954 habitantes
– 2020: aproximadamente 217.484
– 2022: 225.696
– Estimativas 2024 e 2025: 238.025 e 241.494, respectivamente
Entre 2022 e 2025, o crescimento deve alcançar 7,0%, enquanto, desde 2010, a expansão acumulada chega a 36,9%.
Quem chega: composição e origem da população
Embora a base populacional continue majoritariamente formada por nascidos em Goiás, a migração interestadual ganhou relevância nas últimas décadas.
Em 2022, 70,55% dos moradores eram goianos, porcentagem menor que os 78,39% de 2000 — sinal de diversificação demográfica.
O Nordeste tornou-se o principal emissor de novos residentes: sua participação subiu de 7,61% (2000) para 17,56% (2022). O Maranhão (14.416 residentes nascidos lá) e a Bahia (12.538) concentram os maiores contingentes.
Os estados do Sudeste também contribuem, ainda que em menor proporção: São Paulo registrou 4.587 naturais vivendo no município em 2022, enquanto Minas Gerais somou 6.789.
A presença de estrangeiros permanece baixa, cerca de 0,16% da população, o que reforça o caráter interno das migrações.
Um polo que atrai, retém e transforma
Com essa combinação — agricultura sofisticada, agroindústria, logística e agora bioenergia —, Rio Verde se consolida como centro regional capaz de atrair trabalhadores, reter moradores e sustentar um crescimento urbano contínuo.
A chegada da Inpasa marca mais um capítulo dessa trajetória e reforça projeções que apontam o município avançando rapidamente rumo aos 300 mil habitantes, consolidando uma nova escala de desenvolvimento para as próximas décadas.
Por Gessica Vieira
Foto: Reprodução
Jornalismo Portal Pn7
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