A avalição das lavouras de soja pela equipe do Rally da Safra prossegue no Sudeste mato-grossense no início desta semana, nas regiões de Rondonópolis e Primavera do Leste, e, na sequência, os técnicos iniciam os trabalhos no Sudoeste de Goiás. As regiões de Mineiros e Rio Verde serão percorridas a partir de quarta-feira, dia 26, para coleta de amostras e levantamento de informações sobre as áreas colhidas a partir de uma metodologia de contagem, pesagem e medição de umidade dos grãos com objetivo de determinar a produtividade das lavouras.
No Mato Grosso, a perspectiva é de uma safra excelente, com produtividade de 60,0 sacas por hectare, 4% acima da safra 20/21, conforme projeção pré-Rally a ser confirmada em campo. Boa parte da soja precoce está pronta para ser colhida. Há preocupação com o peso e a qualidade do grão e previsão de chuvas nas próximas semana, atrasando a colheita.
Já em Goiás, a expectativa é também de uma boa safra, com produtividade estimada em 62,6 sacas por hectare – contra 61,4 sacas por hectare na safra passada. Há previsão de muita chuva nas próximas semanas e isso deve repercutir no Sudoeste goiano, provocando atraso na colheita, problemas de qualidade e, em casos extremos, de redução na produtividade.
Segundo a Agroconsult, organizadora do Rally da Safra, além do Mato Grosso e de Goiás, as lavouras em Rondônia, Norte do Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e o MAPITO-BA apresentam excelentes condições. Porém, a falta de chuva e as altas temperaturas desde o fim de novembro causaram perdas irreversíveis ao potencial produtivo das lavouras no Paraná, Sul do Mato Grosso do Sul, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Com isso, a estimativa de produção foi reduzida para 134,2 milhões de toneladas, 7% abaixo das projeções pré-plantio, que eram de 144,3 milhões de toneladas. “É preciso que volte a chover em parte do país para que os problemas não continuem se agravando. As avaliações de campo vão proporcionar um retrato mais preciso sobre o potencial da soja brasileira”, afirma André Debastiani, coordenador do Rally da Safra. A área total plantada é estimada em 40,7 milhões de hectares – 5% maior que a safra passada.
A etapa de avaliação de soja do Rally da Safra 2022 contará com 17 equipes. Ao longo do roteiro está prevista a realização de um evento regional para produtores em Luís Eduardo Magalhães/BA, em 10 de março. A última equipe desta etapa encerra os trabalhos em 27 de março, após percorrer o Oeste de Santa Catarina e o Rio Grande do Sul.
Milho segunda safra
A etapa de avaliação do milho segunda safra começará em 15 de maio, com seis equipes – as duas primeiras percorrem o Oeste e o Médio-Norte do Mato Grosso. Outras duas avaliarão lavouras no Sudeste e Leste do Mato Grosso, Norte do Mato Grosso do Sul e a região Sudoeste de Goiás. As últimas equipes visitarão áreas no Sul do Mato Grosso do Sul e Oeste do Paraná.
A perspectiva atual é que, devido em boa parte ao plantio acelerado da safra de verão, a segunda safra seja implantada num calendário excelente. A produção prevista é de 94,8 milhões de toneladas, um crescimento de 56% sobre a safra anterior, marcada por uma significativa quebra de safra devido aos problemas climáticos. A área plantada é projetada em 15,7 milhões de hectares, com crescimento de 7% sobre a safra anterior.
Entre abril e maio, quatro equipes do Rally serão dedicadas a visitas a produtores e eventos regionais, inicialmente agendados para ocorrerem em Não-Me-Toque/RS (12/04), Cascavel/PR (19/04) e Rio Verde/GO (03/05).
Mais de 80 mil quilômetros deverão ser percorridos em 11 estados durante a 19ª edição do Rally da Safra. A expectativa é coletar 1600 amostras em campo. Organizada pela Agroconsult, a expedição técnica tem o patrocínio do Banco Santander, FMC, OCP Fertilizantes e Serasa Experian e apoio nacional da Hidrovias do Brasil e Unidas Agro.
O trabalho das equipes e o roteiro completo da expedição poderão ser acompanhados pelo link (clique aqui)
Por Carol Silveira
Foto: Rally da Safra / Eduardo Montsou
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