Entidade pede reunião emergencial com Caiado e sugere medidas como isenção da taxa do agro por um ano, reforço de linhas de crédito e prorrogação de débitos.

Diante da previsão de perdas potenciais de 15% a 23% na produtividade das lavouras goianas na safra 2023-2024, produtores de soja e milho pedem mais apoio do governo estadual para amenizar prejuízos. A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO) protocolou, no último dia 9 de fevereiro, um pedido de audiência emergencial com o governador Ronaldo Caiado (UB) para discutir o cenário e sugerir medidas para mitigar os impactos das perdas aos produtores e à economia goiana de forma geral.

Eles pedem isenção da contribuição ao Fundeinfra (Fundo Estadual de Infraestrutura), a chamada taxa do agro, por um período de 365 dias, reforço de linhas de crédito especiais, como o FCO, e a possibilidade de renegociação e prorrogação de débitos aos produtores afetados. No início de fevereiro, o governador decretou situação de emergência em 25 municípios do Sudoeste goiano e Vale do Araguaia por conta das condições climáticas, que prejudicaram as lavouras.

O presidente da Aprosoja-GO, Joel Ragagnin, afirma que, embora a safra de soja ainda esteja em andamento, as perdas já são evidentes. Em diversas regiões, chuvas irregulares atrasaram a semeadura e ocasionaram replantios. Segundo ele, muitas lavouras nas regiões Norte, Nordeste e Vale do Araguaia ainda estão na fase vegetativa.

A Aprosoja-GO estima perdas na produtividade de soja em torno de 15% em relação à safra 2022-2023. Já o relatório da “Expedição Safra Goiás”, feito em janeiro pela Federação de Agricultura e Pecuária do Estado (Faeg), apontou perdas potenciais de 15% a 23% na produtividade das lavouras de soja. “Já vínhamos alertando há algum tempo sobre o desenvolvimento das lavouras. Este fator se soma ao baixo preço da saca de soja, que não remunera o produtor”, destaca Ragagnin. Segundo ele, hoje o custo é maior que o preço de venda, o que compromete a saúde do agronegócio do estado, que tem sua economia ancorada na agricultura e na agroindústria.

Para o presidente da Aprosoja-GO, algumas ações podem ser tomadas imediatamente, como a isenção da taxa do agro. Outras dependem da influência e interferência política. “É preciso reforçar os fundos e trazer mais recursos, principalmente para refinanciar produtores que estejam com dificuldade para continuar a produzir”, afirma.

Ragagnin diz que débitos tributários e fiscais podem ser parcelados. “O preço de mercado não atende a necessidade mínima de manutenção da atividade, o que se reflete no comércio e na oferta de empregos”, aponta.

Segundo o produtor, o decreto de emergência foi muito bom, mas não atingiu todos os produtores afetados pela estiagem. “Todo sistema trabalha em prejuízo e precisa do benefício do Fundeinfra, que poderia ser isento até que o produtor recupere sua capacidade de contribuir, recurso que ajudaria a movimentar as economias locais”.

Em nota, o governo de Goiás diz que está atento à situação climática goiana e tem tomado medidas para apoiar o produtor rural, especialmente nos impactos da seca na safra 2023-2024. “Por isso, o governador Ronaldo Caiado decretou situação de emergência em 25 municípios impactados pela estiagem. Os não contemplados também podem ingressar, desde que apresentem a documentação necessária na vigência do decreto”.

A nota afirma que o governo federal reconheceu o decreto estadual, o que possibilita ao produtor a solicitação de prorrogação das dívidas de financiamento, obtenção de seguros, em casos de frustração de safra e eventual exoneração do Imposto Territorial Rural. “O Governo de Goiás, por meio da Seapa, segue monitorando e avaliando a realidade do setor para que sejam tomadas as medidas necessárias em apoio à produção rural”, completa a nota.

Fonte: O Popular
Foto: Divulgação
Jornalismo Portal Panorama

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