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PC vai analisar todas as possíveis motivações do caso. Entre elas, o fato de que Rafael tinha problemas com o pai das enteadas

A Polícia Civil investiga o caso do soldado da Polícia Militar, Rafael Martins Mendonça, que matou a esposa e a enteada de 3 anos na noite desta quarta-feira (14), em Rio Verde. O militar foi preso em flagrante logo depois do crime. O delegado Adelson Canedo informou que vai analisar todas as possíveis motivações do caso. Entre elas, o fato de que Rafael tinha problemas com o pai das enteadas e, ainda, um suposto desejo da mulher de se separar do soldado.

O PM matou a companheira Elaine Barbosa de Sousa, de 28 anos, com oito disparos. A filha caçula dela, Ágatha Maria de Sousa, de 3 anos, também foi assassinada com quatro tiros. Somente a filha mais velha da mulher, de 5 anos, sobreviveu ao atentado e não corre risco de morte. Mesmo assim, ela também foi baleada nas costas, virilha, pernas e nádegas.

No Tribunal de Justiça de Goiás existem dois processos envolvendo Rafael e o pai das crianças. O primeiro é uma queixa de ameaça, registrada em outubro de 2021. Já o outro, é de julho deste ano, e denuncia um crime de perturbação de sossego.

Não conseguimos acesso aos processos e, por isso, não possui mais detalhes de cada uma dessas ocorrências. Além disso, a reportagem tentou contato com o pai das crianças, mas ainda não obteve um retorno.

Entretanto, o delegado explicou ao portal que uma das ocorrências foi registrada por Rafael contra o pai das crianças. Informações preliminares constam que o militar sentia ciúmes do homem e alegava que ele “o perturbava”.

“A menina que sobreviveu havia feito 5 anos antes de ontem. Então a família fez uma festinha de aniversário para ela e, naturalmente, o pai entrou em contato ou foi até lá ver a filha. E como o Rafael tinha ciúmes dele com a Elaine, a Polícia Civil não descarta a hipótese de que isso tenha mexido com o Rafael. Embora não exista ainda nenhuma prova de que isso motivou o crime

Delegado Adelson Canedo, responsável pela investigação

Relação com a esposa

Também de acordo com o delegado, não há nenhum registro criminal que aponte que Rafael agredia Elaine, mas vizinhos relataram que era comum ouvir discussões entre eles.

“Começaram a surgir histórias e boatos de que a Elaine estaria pensando em se separar do Rafael. Por enquanto não há nenhuma prova sobre isso, mas a gente vai analisar e não descarta que isso tenha sido um motivo. Até porque, a imensa maioria dos casos de feminicídios envolvem esses motivos. A mulher quer se separar, o homem não aceita e acontece uma tragédia dessas”

Delegado Adelson Canedo, responsável pela investigação

A dificuldade em entender a dinâmica e a motivação do crime acontece justamente porque Rafael optou por ficar em silêncio durante seu depoimento. Segundo o delegado, o soldado “estava extremamente tranquilo e racional” durante o procedimento de sua prisão, mas optou por ficar em silêncio, respondendo apenas o que era obrigado.

O que se sabe, segundo o investigador, é que o soldado disse informalmente ao colega de profissão que ajudou na prisão dele, que Elaine o teria ofendido e o “irritado o dia todo” e, por isso, ele “perdeu a cabeça”.

Relembre caso do PM que matou esposa e enteada

Após cometer os crimes, Rafael telefonou para um cabo que trabalha no mesmo batalhão que ele e confessou ter “feito uma besteira”. O colega, que estava no horário de folga, continuou falando com o atirador pelo celular, e seguiu até a casa dele acompanhado da esposa, que é enfermeira.

Quando o cabo chegou à residência, Rafael sacou a pistola que trazia na cintura e apontou para a própria cabeça, mas foi contido pelo colega de farda, que entrou em luta corporal com ele e conseguiu acionar uma viatura.

Embora fosse soldado da PM, Rafael não atuava mais nas ruas em razão de um tratamento psiquiátrico ao qual era submetido. Ele teve sua arma confiscada e havia sido readequado para funções administrativas na corporação.

Na casa do investigado, no entanto, foram apreendidas duas armas adquiridas de forma particular. Uma delas, uma pistola, foi utilizada no crime.

A Polícia Militar comunicou a abertura de um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar a conduta do soldado.

Do Mais Goiás

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