Suzano, Realengo, e quantas outras mortes a mais vão ter que acontecer pra gente entender?

Suzano, Realengo, e quantas outras mortes a mais vão ter que acontecer pra gente entender? Antes, observávamos os massacres de longe, e agora eles acontecem bem aqui, embaixo do nosso nariz.

Essa semana foi angustiante demais, ouvir os relatos das vítimas e daqueles que restaram, reforça mais e mais que estamos no caminho errado. Mas não, não aceitamos e ainda há aqueles que insistem em colocar armas como solução. Nunca foi solução, nunca foi defesa.

Armas não têm outra função a não ser matar, atacar. E mesmo assim, quando essas coisas acontecem, insistimos em fechar os olhos e dizer alto a nós mesmos que foram causados por outras razões: videogames, filmes, músicas, ou pessoas.

Pessoas são sim, a essência do problema. Mas é exatamente por isso e nada mais, que não se deve armar alguém que não seja treinado e extremamente capacitado para isso. Ora pois, ponha um psicólogo, um amigo, pais presentes, professores conscientes, na mão de cada um.

Hoje o que preocupa não é o tiro do bandido, é o tiro dos vizinhos, como bem disse alguém. E a questão é que as pessoas estão perdidas demais, cegas demais de ódio pra entender um conceito tão simples.

Nessa semana, a Nova Zelândia também sofreu com algo parecido, e sabem o que a população fez, voluntária e imediatamente? Entregaram todas as armas que tinham em casa.

E nós? Nós flexibilizamos mais, armamos mais. Com uma esperança vã de que isso não vai mais acontecer? Por favor! Não é possível tamanha ingenuidade.

O ano mal começou e já caíram muitos corpos. E ainda propagamos a mentira de que o brasileiro é pacífico. Não, nós não somos. Somos selvagens. Matamos mulheres, negros, LGBTs quase que por esporte. E enquanto tiverem mais armas, a caçada não vai parar nunca.

A vida aqui nunca teve valor. E agora, daremos mais vazão aos loucos, aos bandidos e pior, aos “cidadãos de bem” que consideram tiro solução para briga de trânsito e para término com a namorada.

Vamos pôr as armas na mesa e a mão na consciência.

Larissa Pedriel

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